Tuesday, December 30, 2008

Que 2009...

... Me dê o sorriso que perco;
... Me ensine a perdoar-me;
... Me dê mais e mais amor próprio;
... Me dê "aqueles" 24;
... Me faça "encontrar" pessoas;
... Me force a batalhar mais;
... Me enquadre o mundo;
... Me desenquadre o mundo;
... Me ensine a torcer menos o nariz;
... Me dê paciência (muita!);
... Me dê garrafas de vinho, jantares à luz das velas e bebedeiras até de manhã;
... Me ofereça gargalhadas;
... Me indique o caminho do pequeno-almoço;
... Me enfie num avião;
... Me dê banhos de emersão;
... Me dê banhos de emersão a dois;
... Me dê noites a partilhar histórias a quatro;
... Me tire preconceitos;
... Me dê pirosices;
... Me tire "pudiquices";
... Me dê o Mundo, me dê o meu Mundo, me dê a capacidade de o partilhar.

Até lá *

E para vocês também! Tchim tchim...

Monday, December 29, 2008

Tu.

"I've got to let you know..."
Ele acordou e reparou que a cama estava vazia. Ainda com os olhos fechados apalpou o espaço ao seu lado e com força cerrou os olhos. Espreguiçou-se e abanou os pensamentos para acordar uma mente cansada. Abriu sorrateiramente os olhos e quis acreditar que vinha algum barulho de outro qualquer lugar da casa, barulho a pequeno almoço a ser preparado, prenúncio de cama sorrida. Nada. Sentou-se na cama e pôs a cabeça entre as mãos, alinhou o cabelo e o pesadelo e percebeu que estava só. E desta vez, pela primeira, verdadeiramente só. Talvez nunca tenha entendido que os colarinhos já não eram seus e o nó da gravata não estava obrigatoriamente apertado. Nunca tenha entendido que a fronha se partilhava, o copo da casa de banho se dividia naturalmente e a camisa branca lhe ficava muito melhor a ela do que encravada nas calças dos seus fatos. Na mesa de cabeceira um bilhete sem argumentos, palavras docemente duras, como quem descalça, como quem o descalça. Ele, o primeiro a desatar os atacadores, ele, o indescalçável. Entendeu. Ela era mais ele do que ele. Cerrou os punhos. Tapou a cabeça e, sem perceber, chorou.
"...You're not my type!"

Wednesday, December 24, 2008

Dezembro

E, como gosto de dizer, se não nos virmos, um Feliz Natal.

Sunday, December 21, 2008

Dedicatória

Minha querida,
Em todos os momentos, por todos os sentimentos que deitamos ao chão, não vale a pena chorar ou largarmos um pedaço nosso. Todas as pessoas são mutáveis, as experiências moldam-nos. No entanto, há coisas que nunca mudam, e nós somos o que somos e é isso que nos dá um valor especial. E tu és mais do que um pequeno momento, um pequeno sorriso inconsequente, um aperto nervoso, até porque, para nós, a felicidade, a instantânea, e principalmente essa, dá ressaca. Temos de reconhecer que assim não nos preenchemos, que este caminho não preenche a pessoa que tu és, não satisfaz a tua alma nem dá força à tua personalidade. Só entristece gente como nós: amantes da profundidade, da perspicácia e da aventura do enamoramento, muito mais do que uma noite, por muito boa que ela possa ser. Entristece porque de repente damo-nos mas a nossa alma fica connosco, partilhamos metade, como se essa metade fosse vazia ou desligada da outra. Pode durar algum ou mesmo muito tempo, no entanto há algo que falta, por algo que estamos a viver que não é bem nós nem nós nos reflectimos naquilo nem na forma de estarmos com aquela pessoa em específico. Por isso é que, a final, nós não resultamos aí, e tu mereces e precisas de muito mais do que assim te puderam ou podem agora oferecer. São todos estes pressupostos que fazem com que entristeça quando acaba. O fim, qualquer que ele seja, deixa sempre uma lacuna aberta que foi melhor ou pior preenchida, mas que o foi de alguma forma. Mas, enfim, ainda bem que acabou: precisas de conhecer alguém que invada o teu mundo e que o preencha, que o consiga colorir, que te leve a restaurantes onde nunca foste, que te leve a ouvir músicas que nunca ouviste, que pegue no carro e te leve de repente e sem planos até ao Alentejo. E vais encontrar, porque ainda há justiça no mundo para os bons, e tu és dos melhores.
Colinho, sempre.
n.
[Para ti, sem dúvidas, porque quero que saibas que acredito e que sim e que sim e que sim, e principalmente porque muitos mais podem também aprender assim... e, sabes, colinho mesmo sempre!]

Friday, December 19, 2008

Risca.

Há, na vida, daqueles dias de calendário que deveríamos, simplesmente, riscar.

Risquemos dia 19 de Dezembro, hoje e desde sempre e para sempre.

Agradeço.

Monday, December 15, 2008

Porque disse tudo... Porque o sabe bem! - William Shakespear

Depois de algum tempo tu aprendes a diferença,
A subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E tu aprendes que amar não significa apoiares-te,
E que companhia nem sempre significa segurança.
E começas a aprender que beijos não são contratos
E presentes não são promessas.
E começas a aceitar as tuas derrotas
Com a cabeça erguida e olhos adiante,
Com a graça de um adulto
E não com a tristeza de uma criança.
E aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje,
Porque o terreno do amanha e incerto demais para os planos,
E o futuro tem o costume de cair no meio do vão.
(...)
Aprendes que não temos que mudar de amigos
Se compreendemos que os amigos mudam,
Percebes que o teu melhor amigo e tu
Podem fazer qualquer coisa, ou nada,
E terem bons momentos juntos.
(...)
Aprendes que não importa aonde já chegaste,
Mas para onde estas a ir.
Mas se tu não sabes para onde estas a ir,
Qualquer lugar serve.
Aprendes que, ou tu controlas as tuas acções
Ou elas te controlarão,
E que ser flexível não significa
Ser fraco ou não ter personalidade,
Pois não importa quão delicada e frágil
Seja uma situação,
Existem sempre dois lados.
Aprendes que heróis são pessoas
Que fizeram o que era necessário fazer,
Enfrentando as consequências.
Aprendes que a paciência requer muita prática.
(...)
Aprendes que há mais dos teus pais em ti
Do que tu supunhas.
Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança
Que os sonhos são uma parvoíce,
Poucas coisas são tão humilhantes
E seria uma tragedia se ela acreditasse nisso.
Aprendes que quando estas com raiva
Tens o direito de estar com raiva,
Mas isso não te da o direito de seres cruel.
Descobres que só porque alguém não te ama
Da forma que tu queres que te ame,
Não significa que esse alguém
Não te ame com tudo o que pode,
Pois existem pessoas que nos amam,
Mas simplesmente não sabem
Como demonstrar ou viver isso.
Aprendes que nem sempre e suficiente
Ser perdoado por alguém,
Algumas vezes tu tens que aprender
A perdoar-te a ti mesmo.
Aprendes que com a mesma severidade com que julgas,
Tu serás em algum momento condenado.
Aprendes que não importa
Em quantos pedaços o teu coração foi partido,
O mundo não pára, para que tu o consertes.
(...)
E tu aprendes que realmente podes suportar...
Que realmente és forte,
E que podes ir muito mais longe
Mesmo depois de pensares que não podes mais.

Thursday, December 11, 2008

Mulher

Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.

Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.

As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas.... Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.

Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.

A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas... Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto.

Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.

É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.

Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher.

Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.

Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem sabotagem e sem sofrer); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.


Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!

A beleza é tudo isto.

Paulo Coelho

Pois... eu gosto de vestir um vestido branco, apanhar o cabelo e sair para comprar pão...

Compromissos

Hoje ela ia pelo passeio e parou. Olhou para o pequeno cabelo que via no ar, na sombra, desalinhado. Deu por si numa exaustão do alinhamento dos corpos social. Passou para o meio da estrada, no entanto deu por si no pânico de ser apanhada por um veículo ("sei-lá-eu") que se apodere do seu dever ser (que é!) e lhe leve a alegria de acreditar que a alegria pode ser alegre noutro lugar (e "sei-lá-eu"). Segue obstinada. A seriedade de quem tem um olhar em cativeiro e uma alma aprisionada noutro local, o tal, aquele ou o outro, lembranças ou memórias, tanto faz. Não queria ser aquela, mas foi-o, desde sempre, aquela das saudades e dos copos vazios, aquela do sofá e dos pequenos-almoços na mesa, aquela do sono sacudido rapidamente, vulgo, um cão, o seu, em dia de chuva. Quantas vezes não quisémos nós acabar o que haviamos começado e não conseguimos? Quantas vezes não quisémos acabar o que não começámos? Quantas vezes não quisémos começar o que já fora acabado?
Destino. Chegou ao. Olhou para o meio da estrada, desalinhou o cabelo que lhe restava alinhado, descalçou os sapatos e partiu a correr.
E o compromisso? E o destino? "Sei-lá-eu".

Wednesday, December 10, 2008

Posso aprender a fingir que não existem?!

E aprendes que não importa o quanto tu te importes, Algumas pessoas simplesmente não se importam...

Shakespear

Thursday, December 04, 2008

Foste tu?

De uma forma ou de outra, eis que a compreensão limpa os pés no nosso tapete da entrada. Assim, confiante, à espera de uma reunião. O nosso escritório pode ainda estar em obras, pode parecer a casa da desorganização, mas não está desinteressado de trocar ideias. Vemo-nos, o todo, entre uma espécie de abono e uma chuva miudinha, e oferecemos à compreensão toda a panóplia de instrumentos que necessita de nós. E puff: compreendemos.
Não é necessário muito, apenas um toque qualquer no ombro, olhamos de frente o que olhávamos de soslaio, dão-nos a entender o que quer exactamente dizer "bloqueio" ou "ainda estás aqui?" e penduramo-nos, já menos suspensos, na caminhada longa que os Pirinéus deixem. Ora, eu subia. Hoje subia-os. E levava a compreensão comigo, junto de vocês (não se sintam preteridas... mais que meras bengalas visuais da minha vida), das minhas melhores amigas. Lá em cima, no topo, parava para me oscultar e dar corda à minha respiração. Pensava: "Foste tu?" e a compreensão poria o dedo na minha boca, invocava o silêncio, e conquistava-me ancora di piú.

Friday, November 28, 2008

Convido a ouvir...

[Eu gosto da praia à hora das gaivotas...]


... I'm more than you - Stevie Wonder
... Until the third coming - James Brown
... The Shepherd - Culture
... New Craas Massahkah - Linton Kwesi Johnson
... My aphrodisiac is you - Katie Melua
... Roady - Fat Freddy's Drop
... State of Clarity - Guru's Jazzmatazz ft. Common & Bob James
... In a manner of speaking - Nouvelle Vague
... chuva na janela de um fim de semana à lareira!


[quando o sol dourado despenteia o teu cabelo e um só sorriso teu desfaz o meu pesadelo...]

Thursday, November 27, 2008

E riso!

Deveríamos dizer a palavra melancolia tantas vezes quantas a sentimos. Talvez me digam que a palavra não foi criada para ser enunciada quando ocorre, simples e autenticamente, o sentimento. E, realmente, se quisessemos fazer das acções uma pequena precedência das palavras, espirrávamo-las com uma velocidade incontornável. Eu sei mas... só nos queria dar aquela sensação de ridículo, fazer com que cada ser compreendesse o que é inevitável. "Estou melancólica" melancolia, melancolia, melancolia... até me rir com a crença profunda de ter perdido a minha sanidade mental. E aí se ia a melancolia, com um olhar reprovador e nefasto, acreditando, esperançosa, que me faria tropeçar outra vez. Não creio que a palavra se importásse que todos a disséssemos tanto que a abolíssemos, um dia, desnecessária. Não, enganam-se, não estou a fazer um elogio à ausência de rotina. Estou a fazer um elogio à rotina misturada [desmesuradamente batida] com a sua ausência. Não me importo de beber um café de manhã, todos os dias, e maquinalmente projectar todos os gestos. Gosto muito. Feliz o momento, diiiiiiiário, em que visto ao sair do banho o meu quente roupão amarelo. Deliciosa a torrada (nem muito nem pouco) onde barro aquela manteiga dos Açores, todos os dias. Mas também, não principalmente mas também, uma felicidade na loucura de um dia diferente, um corrupio que palpita naquele exacto momento gravado, uma intensidade daquele só segundo que se prolonga no tempo que eu já não tinha naquele dia em que já não pensava que tinha o tempo para ter o que não era (nada) igual. Agora quero enxotá-la, essa melancolia, doença dos saudáveis seres que pensam e se deixam pensar.
Agora...
Melancolia, melancolia, melancolia...

Wednesday, November 19, 2008

Memórias de futuro

Tens razão, às vezes perco-me no memorável. Não porque fuja ao presente (seja, uma delícia) mas porque a minha vida é intensa de mais para viver apenas do momento, vivo também da memória do que foi [aquele olhar desafiante, aquela palavra astuta, aquele riso perturbante] para querer mais para o meu futuro. Não igual: mais. Sinto que cada vez sou capaz de descobrir mais mundos e dentro de cada um construir um pequeno castelo de personagens mais ou menos feliz, mais ou menos próximas, mais ou menos imperfeitas. Mas pessoas. Daquelas que agarram e me sugam, que querem a força da minha compreensão e a presunção do meu pensamento. Quero rostos que me façam sentir, sentir qualquer coisa, um arrepio, uma atracção, um silêncio sincero, qualquer coisa que mesmo muito livre se mostre a mim como autêntica, como verdadeira. Se quero alguém, se quero um instante só meu, quero verdadeiramente independente do amor, da paixão, de qualquer carinho, um sentimento louco e desenfreado a fazer esquecer a razão ou a fazer apurá-la mais. Serei talvez [de paixão] mais fria, viverei talvez mais. Ser, assim, poder, ser feliz.

Tuesday, November 18, 2008

Ser, assim, com prazer!

Cada um de nós é, no fundo, um ideia ilimitada da liberdade. Devemos rejeitar tudo aquilo que nos imponha limites. Aliás… dispomos de todas as possibilidades, da mais absoluta liberdade de escolha. Como num livro, onde cada letra permanece para sempre na página, a nossa consciência tem o direito de decidir o que quer ler e o que prefere deixar de parte…”
Richard Bach

Wednesday, November 12, 2008

Vontades.

Às vezes tenho vontades. Sou uma mulher de vontades. As pessoas têm vontades, as mulheres têm vontades, os homens têm vontades. Idiotas. Muitas vezes, ignóbeis desprovidas de sentido. Hoje tenho vontades.

Quero loucamente que se parta um vidro do escritório e que fiquemos dois dias sem trabalhar. Quero ganhar um prémio para conduzir muito rápido num carro de rali. Quero desligar o telemóvel e desaparecer por dois dias e aparecer como se nada fosse e por isso levar tareia dos meus (preocupados) amigos. Quero gritar com alguém no trânsito e que ele saia do carro e me queira bater. Quero partir vinte pratos num restaurante chinês. Quero atirar tremoços à cabeça de alguém. Quero parar o carro no meio do nada e dormir lá uma noite. Quero adormecer na praia debaixo da areia. Quero que as minhas amigas quando me virem se finjam histéricas como se não me vissem há dois meses e me encham de beijos no meio da rua. Quero cantar no metro e que toda a gente fique a olhar para mim e a pensar que eu fugi do Júlio de Matos. Quero que o condutor do carro ao meu lado me diga adeus. Quero que se metam comigo no metro. Quero dar um estalo merecido a alguém. Quero entornar vinho tinto "ocasionalmente" em cima de alguém de quem não goste. Quero que um homem fantástico me bata no carro e que troquemos números de telefone mesmo que nunca mais nos falemos. Quero entrar no aeroporto e comprar um bilhete para Xangai. Quero meter-me no avião sem dizer nada a ninguém. Quero comprar um São Bernardo e que ele me encha de baba. Quero furar um pneu na autoestrada e ligar a toda a gente que eu conheço a pedir ajuda para que quando todos cheguem se crie um pequeno festim. Quero embebedar-me à porta da estação e que me confundam com um mendigo. Quero arrumar carros por uma tarde. Quero ir a pé do Alto de São João ao Cais do Sodré. Quero estar na ponte para gozar com os que vão correr a maratona. Quero que os meus amigos sejam meus amigos e não que me peça desculpa por não terem sido. Quero começar-me a rir no meio da rua quando me lembro de alguma coisa sem me preocupar com quem vê. Quero andar de taxi e inventar que sou irmã da Claudisabel e cantarmos juntos "Preciso de um herói". Quero desatar a correr na baixa sem razão aparente e que as pessoas me sigam por no reason at all. Quero convencionar que um dia por mês me visto só de verde e finjo que é normal. Quero mandar uma carta a toda a gente que conheço a dizer: ri-te que eu estou a ver-te, e imaginar quem se riu e quem me insultou. Quero pedir desculpa aos gritos na rua e fazer cenas de amor louco numa tarde ao sol.

Para quando?

Tuesday, November 11, 2008

7 de Novembro


Sabem quando sentem que foi um momento dado de mãos abertas e conseguiram sugá-lo até à última gota? Foi isso Nouvelle Vague, um conjunto de sons tão diferentes, vozes, posturas e nós as duas a rirmo-nos com a loucura, as drogas delas, e o homem dela que diz coisas disparatadas... Especial, verdadeiramente especial foi quando ela disse:

"Era o que lhe dirias?"

E eu só sorri.

I present you, ladies and gentleman, In a manner of speaking, ali por Nouvelle Vague:

In a Manner of speaking
I just want to say
That I could never forget the way
You told me everything
By saying nothing

In a manner of speaking
I don't understand
How love in silence becomes reprimand
But the way that i feel about you
Is beyond words

Oh give me the words
Give me the words
But tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything

In a manner of speaking
Semantics won't do
In this life that we live we only make do
And the way that we feel
Might have to be sacrified

So in a manner of speaking
I just want to say
That just like you I should find a way
To tell you everything
By saying nothing.

Oh give me the words
Give me the words
But tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything

[E Fat Freddy's Drop vai ter de ficar para outra vez...]

À transparência

Bastou-me um momento.
Um segundo.
Em que foste, em que fomos,
Transparentes.
Ver para além de ti e do insorriso que nos criaste.
Ouvir-te respirar, como se controlasses
[Pudesses ainda controlar]
O corrupio da minha respiração.
Abraçou-me o teu perfume,
Brotar do frasco da alma
E, com ele, o meu caminhar lento para o abismo.
O abismo em que não mais transparente:
Homem, coragem, sangue, tensão;
Me apanhavas, me puxavas para ti
E dizias que me amas.

Friday, November 07, 2008

Thursday, November 06, 2008

Cansaços.

Ri-te. Gargalha-te. Sorri-te até aos pés. Abre a boca para deixar passar o som e o ar visível das noites de Inverno. Agarra a barriga, cruza as pernas, atira a cabeça para trás, cansa-te a rir, chora a rir, envolve-te a rir. E quando parares, limpa as lágrimas que ainda restam, deixa suavemente que as últimas gargalhadas atravessem os teus lábios, olha pela janela e agradece por estares vivo. Uma e outra vez, até teres vontade de sorrir e depois renovada vontade de rir e repetes o processo tantas vezes que adormeces de cansaço. Cansaço de rir, como cansaço de amor, doce e inesquecível.

Tuesday, November 04, 2008

Premonição falhada.

Porque me esperava à porta, porque o som envolveu-me, porque não me perdi, porque encontrei, porque o meu carro não estava frio, porque não chorei.

E é bom demais estar errada.

Noite especial.

Sunday, November 02, 2008

Premonição

Amanhã vou parar lá. Vou sentir a música preencher-me. Vou seguir pelos meus pés e pelos mesmos voltar até ao ar frio do meu carro. Sei que depois vou pensar que deveria ter levado alguém, depois vou pensar que deveria ter ouvido State of Clarity com alguém por perto. E depois? Depois vou deixar-me chorar.

Friday, October 31, 2008

Hoje.

"Fazes-me falta, estou ausente de mim própria"

Victor Hugo

Tuesday, October 28, 2008

"Ladies and Gentlemen of the class of ’97:

Maybe you’ll marry, maybe you won’t, maybe you’ll have children, maybe you won’t, maybe you’ll divorce at 40, maybe you’ll dance the funky chicken on your 75th wedding anniversary… what ever you do, don’t congratulate yourself too much or berate yourself either – your choices are half chance, so are everybody else’s. Enjoy your body, use it every way you can, don’t be afraid of it, or what other people think of it, it’s the greatest instrument you’ll ever own..."
Just perfect!

Friday, October 17, 2008

Hoje.

Pensei em escrever mas depois pensei na ausência de tema que brota dos meus dedos, engessada na minha razão. Não compreendo a ausência de ausência de temas que assolam os escritores. Acreditar que é um trabalho de compreensão de nós próprios para lá de uma qualquer possibilidade de inspiração, um trabalho continuado e maduro que eu ainda não consigo concretizar, mesmo que este raciocínio pareça, desde já uma pretensão. Felizmente a minha vida passou já por vários corredores e consegui já enfrascar-me em vários batidos de pessoas, movimentos, momentos, segundos descompensados... Mesmo assim o tema seca entre as teclas ou nos nós dos meus dedos e, então, posso esperar por amanhã. Podemos sempre esperar por amanhã se a espera nos faz sorrir. É o resultado, talvez a esperança do resultado, que nos anima a pele pela manhã.
[Impressionantes são as dores nos braços agora... ]

Tuesday, October 14, 2008

Hit The Road Jack (Live 1981) - Fim de tarde no escritório...

"Eu não vi nada!" - Ray Charles.

[também faz lembrar um dia italiano... e até um "Quem sou eu?"]

Poema...

Um dia tudo será diferente
e tão igual ao que sinto, digo, faço
porque o que faço, digo e sinto,
vem do fundo onde te guardo
esse lugar de onde brota
a verdade com que digo
o tanto que quero dizer,
se simplesmente digo "Te amo".

Pensamentos compostos por outros: o ontem, o hoje e o amanhã...

"Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir – é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida. Apagar tudo do quadro de um dia para o outro, ser novo, com cada nova madrugada, numa revirgindade perpétua da emoção – isto, e só isto, vale a pena ser ou ter, para ser ou ter o que imperfeitamente somos. Esta madrugada é a primeira do mundo. Nunca esta cor rosa amarelecendo para branco quente pousou assim na face com que a casaria de oeste encara cheia de olhos vidrados o silêncio que vem na luz crescente. Nunca houve esta hora, nem esta luz, nem este meu ser. Amanhã o que for será outra coisa, e o que eu vir será visto por olhos recompostos, cheios de uma nova visão. Altos montes da cidade! Grandes arquitecturas que as encostas íngremes seguram e engrandecem, resvalamentos de edifícios diversamente amontoados, que a luz tece de sombras e queimações – sois hoje, sois eu, porque vos vejo sois (...) e amo-vos da amurada como um navio que passa por outro navio e há saudades desconhecidas na passagem."
Bernardo Soares, Livro do Desassossego (Fernando Pessoa)

Monday, October 06, 2008

Convido a ouvir...

... Electric Feel - MGMT
... Changes - Seu Jorge
... Num corpo só -Maria Rita
... Let it Fall - Lykke Li
... Comme s'il en pleuvait - Mayra Andrade
... Evidências - Ana Carolina
... A tua presença (Crónicas da Terra Ardente) - Fausto
... Io lo so che non sono solo - Jovanotti
... O jogo - Tiago Bettencourt

Enjoy!

Anjos

Não sei que perfida vontade do destino os colocou no meu caminho. Tantos olhares sedentos de seres assim e eu vejo-os entrar na minha vida às cambalhotas só porque sim, e só porque acham que eu nasci com a especialidade de dever ser cuidada, com uns toques de um carinho sentimental que me precede. Deveria agradecer à vida por todos aqueles minutos em que olhei à minha volta e lhes vi as asas, abertas e a sorrir para mim, mesmo que alheios a esse sentimento. Obrigada, entretanto não inventaram outra palavra, pela mão que me estendem sem eu pedir, pela força com que me levantam e pela palavra sábia "não vai ser bom" antes da conversa. Pelo menos aqui, aqui!, eu sei que não vos mereço; os anjos da minha vida.

Mensagem... (de Maria Rita e Minha)

Vai chover de novo
Deu na TV
Que o povo já se cansou
De tanto o céu desabar
E pede a um santo daqui
Que reza a ajuda de Deus
Mas nada pode fazer
Se a chuva quer é trazer você pra mim
Vem cá, que tá me dando uma vontade de chorar
Não faz assim
Não vá pra lá
Meu coração vai se entregar
À tempestade...

Quem é você pra me chamar aqui
Se nada aconteceu?
Me diz?
Foi só amor? Ou medo de ficar
Sozinho outra vez?
Cadê aquela outra mulher?
Você me parecia tão bem...
A chuva já passou por aqui
Eu mesma que cuidei de secar
Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha TV
Que eu vou de vez
Não há porque chorar
Por um amor que já morreu
Deixa pra lá
Eu vou, adeus
Meu coração já se cansou de falsidade...


Maria Rita - Santa Chuva

Thursday, October 02, 2008

Eu agora!

Não vou viver,
como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho aonde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar vocêÉ...

mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você...

Vou deixar a rua me levar
Ana Carolina

Wednesday, October 01, 2008

Janela

Os dias sucedem-se, como em tantos momentos de tantos dias... Posso olhar lá para fora e ver dezoito quilómetros de betão, enquanto que queria percorrer mais e mais quilómetros a caminho de mim, de ser mais eu. Não é uma queixa, é mais um suplício à vida, que me leve, me carregue comigo própria, para qualquer lugar onde eu possa abrir a mão à minha vida e escrevê-la em comunhão de segundos felizes.

Thursday, September 18, 2008

[dispensa título] ...

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?

Tudo isso que está aí no ar,
malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro,
do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente
para educar os meninos mais pobres que nós,
para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais,
esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade
e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz,

minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz,

mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros
venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro,
a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai,
minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
"Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha".
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar

e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste:
esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo,
com a velha e fiel fé do meu povo sofrido,
então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem!


Dirão: "Deixa de ser boba,
desde Cabral que aqui todo mundo rouba"

e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval,
vou confiar mais e outra vez.
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos,
vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto,
desde o primeiro homem que veio de Portugal".

Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? Imortal!
Sei que não dá para mudar o começo mas,
se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

Só de Sacanagem
Elisa Lucinda

Wednesday, September 17, 2008

[inspiro; expiro]

Um bocadinho de mim. Expludo e espalha-se. Aqui, ali, além, nele, nela, ... Sei que houve uma parte que deixei a correr de quarto para quarto nessa quinta, outro pedaço bebe nicola no bar novo, outro dança num chão verde, encrostados em pequenas grandes pessoas minhas. Arrogar-me: minhas. E outros pedaços estão aí, por encontrar ou por conquistar. Como o tempo, ou o veludo de um tinto: aprender a gostar depois.

Monday, September 15, 2008

Fernando Pessoa

Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar.

[e sou mais eu!]

Tuesday, September 02, 2008

Memória

Desperdiçar um momento de mim.
A um sonho, um devaneio.
Acreditar em possuir mais.
Num pedido absurdo,
Vidas de loucura e paz,
Fumos de visibilidade doida.
E eu, e nós, e tu.
Noites em paragens ridículas,
Por lembrança do ideal.
De cérebro envolventes e
Envolvidas em gargalhadas.
Palavras.
Insuficiente.

Sunday, August 31, 2008

Sempre...






Toda a felicidade é muitas vezes efémera. Tantas vezes aparece este sentimento por algo avassalador. É ver cair-vos às pingas perto de mim, especiais, com olhares, momentos perversamente inesquecíveis, para recordar com uma apara e uma lágrima. Amar-vos, com o olhar e coração a pedir mais, a implorar por um último erro, uma última actividade, um último suspiro, uma xixa por fumar ou uma colherada de nutela. Amar-vos, sem palavras nem explicação. Explicar? Falo-ia, mas não consigo.
[estou muito cansada mas... amanha vou carregar isto de fotografias do resto das minhas pessoas... "tururu... this is your captain speaking"]

Wednesday, July 23, 2008

Devaneios.

Hoje apetecia-me ouvir Strangers in the night enquanto estranhos invadiam a minha noite. Apetece-me. Era Frank Sinatra, e era eu a dançar envolta em mim. Devaneios.

Tuesday, July 22, 2008

Saturday, July 19, 2008

Ela.

E ela disse-lhe: serás o pai dos meus filhos. E ela estava a sonhar.

Tuesday, July 15, 2008

Mt, mt bom! - A minha próxima vida.

"A minha próxima vida quero vivê-la de trás para a frente. Começar morto para despachar logo esse assunto. Depois acordar num lar de idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a pensão e começar a trabalhar, receber logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos até ser novo o suficiente para gozar a reforma. Divertir-me, embebedar-me e ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o liceu. Em seguida a primária, fica-se criança e brinca-se. Não temos responsabilidades e ficamos um bébé até nascermos. Por fim, passamos 9 meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço deq uartos à descrição e um quarto maior de dia para dia e depois: Voilá! Acaba como um orgasmo!
I rest my case."

Woody Allen
Ia agora a Milão. Minto, ia agora àquela pequena rua em Milão olhar para aquele olhar pintado na parede e perguntar-me através daqueles olhos quem sou eu agora. Compreender-me como nunca, porque não consigo sorrir mesmo com este sol inundado em escaldões. O normal, a vida. Agora ia, nada mais.

Sunday, July 13, 2008

Leituras...

Lês uma coisa ali, onde já não devias passar mas passas sem querer, e o estômago enrola-te, a garganta estrangula e... e.

[Lembra-me quando estava sentada naquele hall e apareceste e pensei que perderia para sempre o que mais tarde perdi por bem menos do que a distância]

Wednesday, July 09, 2008

Aí.

Sinto saudades. Sabemos ser sempre os típicos que quando longe nos sentimos mais ligados e mais vazios. São pequenas dedicatórias que deixamos ou em forma de beijo, ou em forma de palavras ou... esta é a minha, porque gostavas de estar aqui mais vezes e, agora, em particular, gostavas de estar aqui.

[Não quero nenhum desespero parte II]

No day after today.

Killed him: the little bug inside. Today I'm just another one on the survival item. Got no ideas, inteligently broke, upside down or whatever.
Intentionally sheep.

Monday, July 07, 2008

Thursday, July 03, 2008

Para mim.

"És um clima tropical... quando chove, chove a sério, mas também seca rapidamente."

Ele

Cinco anos.

Pediu-me pressa. E eu deixei. Anos... Dificuldades raras em definir... ser tãaaaaao diferente. Mudava algo? Mudava, mudava-me em algo. Não devemos ter medo do acumular de experiência, dos dias às nossas costas. Saberei ser agora? Ou serei agora mais? Lembro-me do primeiro momento, do primeiro código, do primeiro amigo, dos primeiros passos, da primeira festa, da primeira vez que te vi, a ti, a ti, a ti... e a ti, lembro-me do primeiro teste, das primeiras lágrimas, do primeiro choro, e, no meio de tudo, com tanta pena minha, não me lembro da primeira gargalhada. Ou talvez sem pena, espero, por terem sido tantas. Fechando os olhos vejo o melhor, vejo o pior, mas mais importante de tudo é ver momentos que talvez nem interessassem tanto, mas que ficaram retidos porque sim, porque foram momentos que não explico mas que senti, em que me senti. Devia, podia, queria agradecer mas não interessa fazê-lo agora no fim, porque os agradecimentos acontecem a cada pequeno segundo que se partilha, agradecer pela oportunidade de os ter, de os ter visto existir. E principalmente porque, sem medo de lugares-comuns, para quem interessa (e talvez para outros que ainda ou já não interessam) não será o fim, mas a doce continuação ou um novo princípio. Não posso ter medo, embora me sinta a mesma criança perdida que entrou naquela porta em 2003 e tremia por temer o desconhecido.
[A todos os que sabem do que falo,
porque falo e que tenho razão, aquele
"bem haja" repleto de um carinho
construído ao longo deste tempo.]

Wednesday, June 25, 2008

Sem bocejos.

Não me importo do toque salgado na minha boca, mas incomoda-me a falta de sono. Ficar aqui, como nunca, sentindo-me uma estranha num país de crescidos que sabem o que fazer. Fico toda dentro deste turbilhão e finjo que não sou eu que finjo estar tudo bem. E de repente tudo se desfaz, a liberdade despede-se um pouco e... bem, ficamos com o bichinho renovadamente entranhado, acreditando que cada um tem direito a uma pessoa, para si, em particular. Eu sou uma situação...

Saturday, June 21, 2008

Adequando-o... (à época)

"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não pára. Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso, faço hora, vou na valsa. A vida é tão rara. (...) O mundo vai girando cada vez mais veloz, a gente espera do mundo e o mundo espera de nós um pouco mais de paciência!"

Lenine

Friday, June 13, 2008

Ontem. [nádia suspira]

Durante toda a vida achamos pequenos tesouros. Conceito indeterminado, reconheço. Uma amiga que nos diz que estamos lindas de qualquer maneira mas somos muito melhor assim. Uma amiga que nos abraça durante largos minutos, chora, e depois de muito tempo diz: "tinhas razão". Uma amiga que acredita que seis meses, os nossos, podem ser muito tempo. Uma criança que me faz moche ao acordar. Um rapaz que adora encher-me de beijos quando chega a casa encharcado em suor. Umas meninas que se enroscam a mim e me tratam como se fossemos do mesmo sangue. Outras meninas que me apanham na estação e me presenteiam com mimos numa terra longe da minha. Primos que não o são. Conhecidos que agem como mais, muito mais do que isso. Pessoas no tempo. Transeuntes que sorriem. E, neste dia, um amigo que nos apanha ao sabor do vento de uma mota, uma conversa à beira rio, e encontrares nos olhos dele um brilho que sempre encontras ali, mas que vai sendo, sempre e cada vez, mais difícil encontrar em outro lado. E é verdade, desde que o conheci que sou apaixonada por esse brilho que faz dele uma das pessoas mais fascinantes que conheço. E o meu desejo para hoje era ter na minha vida um conto de fadas como o que ele constrói na sua.

[Das coisas que mais me dão prazer é ver as pessoas que amo encherem-se de um encanto próprio da paixão e deixarem-se levar.]

Tuesday, June 10, 2008

Aos próximos cinquenta! - "Get carried away!"

E ali estávamos nós, aos cinquenta... Mais lindas e confiantes do que nunca, como se o tempo nunca passasse, ou só passasse em camadas suaves, e nos fossemos apenas sentindo mais nós, mas sem o mais das rugas. Pareciamos simples e complexas, atulhadas de histórias, com muitos pensos reparadores por todo o corpo, até pequenas nódoas negras e cortes profundos. E, no entanto, tão bonitas.
Refinei a maneira de nos ver, como se realmente nos tivesse podido olhar de fora. O facto é que realmente me recuso a usar óculos, continuo a ler poesia antes de me deitar, escrevo para viver (e vivo para escrever também! Melhor...) e continuo a ler a Cinderella à minha sobrinha emprestada e a explicar-lhe que os contos de fadas não existem. E (atenção!) vamos ao México, era tão óbvio...
E vocês continuam ali, mais do que um almoço por semana, mais do que um abraço, mais do que um amanhecer. Tudo. Vidas cruzadas. Vida, uma dividida em quatro.
Como gosto de a ouvir dizer: uma delícia!
"Ever thine, ever mine, ever ours!"

O (nosso) último adeus... afinal eternamente...

Tenho livros e papeis espalhados pelo chão.
A poeira duma vida deve ter algum sentido:
Uma pista, um sinal de qualquer recordação,
Uma frase onde te encontre e me deixe comovido.
Guardo na palma da mão o calor dos objectos
Com as datas e locais, por que brincas, por que ri
E depois o arrepio, a memória dos afectos
Mmmmmm Que me deixa mais feliz.

Deixa-te ficar na minha casa.
Há janelas que tu não abriste.
O luar espera por ti
Quando for a maré vasa.
E ainda tens que me dizer
Porque é que nunca partiste...

Está na mesma esse jardim com vista sobre a cidade
Onde fazia de conta que escapava do presente,
Qualquer coisa que ficou que é da nossa eternidade.
Mmmmmmm Afinal, eternamente.

Deixa-te ficar na minha casa.
Há janelas que tu não abriste.
Deixa-te ficar na minha casa.
Há janelas que tu não abriste.
O luar espera por ti
Quando for a maré vasa.
E ainda tens que me dizer
Porque é que nunca partiste...

[Agr do outro lado...]

... Gosto de postar assim... ao que parece! :P

Tautear baixinho...

Molti mari e fiumi attraversero
dentro la tua terra mi ritroverai
turbini e tempeste io cavalchero
volero tra il fulmini per averti

Meravigliosa creatura sei sola al mondo
meravigliosa creatura paura di averti accanto
occhi di sole mi bruciano in mezzo al cuore
amore e vita meravigliosa

Luce dei miei occhi brilla su di me
voglio mille lune per accarezzarti
pendo dai tuoi sogni veglio su di te
non svegliarti non svegliarti
non svegliarti....ancora

Meravigliosa creatura sei sola al mondo
meravigliosa paura d'averti accanto
occhi di sole mi tremano le parole
amore e vita meravigliosa

Meravigliosa creatura un bacio lento
meravigliosa paura d'averti accanto
all'improvviso tu scendi nel paradiso
muoio d'amore meraviglioso

Meravigliosa creatura
Meravigliosa
occhi di sole mi bruciano in mezzo al cuore
amore e vita meravigliosa



[E o melhor é compreender!]

Sunday, June 08, 2008

Para...

Parabéns... a vocês... lágrimas... belezas profundas nos olhos... e não podia ter dito nada senão:

"E tudo acaba em nada e verso" - Fernando Pessoa.



... elas.

Sunday, June 01, 2008

Fazes muito mais que o sol!

Quando somos precedidos... sabe bem, os sorrisos, os dentinhos pequeninos e brancos da pasta de dentes de laranja da disney :)

Thursday, May 22, 2008

Compreensão serena

Demora algum tempo. Seremos infinitos, o resto do tempo, quando ele nem se manifesta. Seremos. Indiferente compreendê-lo ou tentar até, com alguma força redutora, resumi-lo. Misuras do tempo, do momento, do estar, do ser humano. Buscamos quando menos buscamos, quando acreditamos piamente que somos o suficiente. Não, nada melhor do que o olhar ao amanhecer. Intriga-me a capacidade de cegueira. Eu própria o fui muitas vezes, eu própria acreditava apenas que o era, quando vi mais claramente. Fugídios estes segundos, esta vista. O sol pode até bater mais forte nas minhas costas hoje, posso inundar-me, perder o ar, amanhã serei tua. Serei sempre tua.

Friday, May 16, 2008

Noite

Encheste-me o copo e senti-me complexa e extravagante. O vinho correu por mim e fingi estar ainda atenta aos pormenores em que me encantaste. Fingiste estar concentrado em algo difuso, como se pudesses alguma vez escolher as palavras. Há momentos em que não as temos, um dia aceitarás isso, juntamente com as explicações que não existem. Talvez tu saibas, ou só precises de tempo. Olhaste-me e puseste a mão nos meus olhos, como que a esconder o azul que te penetrou as entranhas e magoou terrivelmente o mundo que criaste. O mundo em que me descriaste. Surrupiaste-me as palavras e de repente o nosso silêncio congelou-me. O vinho era agora mais turvo e o teu sorriso era o corrimento de um rio que me afogava. A ti também, mas lutavas desenfreadamente contra aquilo que nos recusamos a chamar destino. Lembraste-te de mim há um tempo, a roubar-te côdeas e a gabar-te a timidez, a pertencer a um mundo que não conhecias, lembraste-te de quando não tinhas de me tapar os olhos para não te ver, quando me ensinaste o a e o b e eu pura e simplesmente não aprendi entre um sopro e um banco vazio. Quando nos lembramos de tudo o que fora, também nos lembramos do que pode o tempo evitar só pela sua existência matreira. E nunca sabemos se queremos que ele passe para nos esquecermos mais, ou se queremos que ele pare para nos sentirmos dentro e não termos ainda de nos esquecer.
Noites? Noite.

Sunday, May 04, 2008

Realize... (you!) - Colbie Caillat

"Take time to realize,
That your warmth is
Crashing down on in
Take time to realize,
That I am on your side
Didn't I, Didn't I tell you.
But I can't spell it out for you,
No it's never gonna be that simple
No I can't spell it out for you

If you just realize what I just realized,
Then we'd be perfect for each other
and will never find another
Just realized what I just realized
we'd never have to wonder
if we missed that on each other now.

Take time to realize
Oh-oh I'm on your side
didn't I, didn't I tell you.
Take time to realize
This all can pass you by
Didn't I tell you.

But I can't spell it out for you,
no its never gonna be that simple
no I can't spell it out for you.

If you just realized what I just realized
then we'd be perfect for each other
and we'd never find another
Just realize what I just realized
we'd never have to wonder
if we missed that on each other but.

It's not always the same
no it's never the same
if you don't feel it too.
If you meet me half way
If you would meet me half way.
It could be the same for you.

If you just realize what I just realized
then we'd be perfect for each other
and we'd never find another
Just realize what I just realized
we'd never have to wonder...

Just realize what I just realized
if you just realize what i just realized...

if we missed that on each other now...
Missed out on each other now...

Realize, realize, realize, realize..."

Saturday, May 03, 2008

Momentos de lágrima

Sabes, todos temos o nosso pequeno e intrínseco momento de lágrima. Um direito reconhecido, documento autêntico, patetices entre uns dias de luz pouco alumiada (puxar por ela... pois.). Um aprofundar de uma alma cansada e renovada, o peso do papel em que escrever não é preciso. Ser, somente, de um trago e de uma imensidão de palavras envoltas em papel seda. Preciso de um herói, de ser herói, de não ter de procurar um herói, em mim. O momento perfeito da conjugação do posso-tudo ao quero-tudo ao quero-poder-tudo, mesmo sem poder, ser o acreditar e vestir a pele ao irrequieto fantoche, mesmo só a brincar. Ir à varanda, recostar a cabeça no carro, são apenas a mesma moeda virada em torno de pessoas sem face. É aí o ser, independentemente do local, o ser de compreender que explodir, aqui ou ali, é mais de nós, é mais de nós ao vento também.

Saturday, April 26, 2008

Kings Of Convenience - Cayman Islands

"Repudiei sempre que me compreendessem. Ser compreendido é prostituir-me. Prefiro ser tomado a sério como o que não sou".

Pausa no estudo... pauso no que penso.



Desabafo!

"Já fui amado e não soube amar!"

Quem, tanto como eu, se pode arrogar?!... Boh!

Lindo...

Lembro-me agora que tenho de marcar um
encontro contigo, num sítio em que ambos
nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma
das ocorrências da vida venha
interferir no que temos para nos dizer. Muitas
vezes me lembrei que esse sítio podia
ser, até, um lugar sem nada de especial,
como um canto de café, em frente de um espelho
que poderia servir até de pretexto
para reflectir a alma, a impressão da tarde,
o último estertor do dia antes de nos despedirmos,
quando é preciso encontrar uma fórmula que
disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É
que o amor nem sempre é uma palavra de uso,
aquela que permite a passagem à comunicação
mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale,
de súbito, o sentido da despedida, e cada um de nós
leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio
ser, como se uma troca de almas fosse possivel
neste mundo. Então, é natural que voltes atrás e
me peças:«Vem comigo!», e devo dizer-te que muitas
vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde,
isto é, a porta tinha-se fechado até outro
dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então
as palavras caem no vazio, como se nunca tivessem
sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar
um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos
para dizer uma ao outro: a confissão mais exacta, que
é também a mais absurda, de um sentimento; e, por
trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia
seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores
do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos
encontrar; que há-de ser um dia azul, de verão, em que
o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí
que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas,
que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo
das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.

Nuno Júdice

Friday, April 25, 2008

Delicioso

"My sister and I, when we were little, we thought maybe what happened was that when she was born God, or whatever it is, took her heart and put it inside my chest, took my heart and put it inside hers... That's what we used to say..."

Dave Matthews, Sister

I wish...

Descobrimentos em ruas de Milão!

[quando sentimos que podemos voltar a ser, que podemos sempre mais, que os nossos desejos estão perto, mais perto, tão perto... contentamento? Felicidade!]

Sunday, April 20, 2008

Ode a...

Acordar. Definições damo-las sem entender porquê, acabamos por reconhecer a indiferença. Raramente nos perguntam o que quer realmente dizer uma determinada palavra, apesar de sempre ouvirmos o "o que queres dizer com isso", meia dúzia de vezes por dia... Quando me ouvem dizer que tenho saudades, não sabem o que sinto... então aqui, à laia de dicionário o exponho... as minhas saudades, todas, de tudo o que sou eu.

Saudades é falta de correr para o parque infantil do parque de campismo e ver a minha prima rir-se para mim e fazer ar de quem é mais veloz. Saudades é falta de montar a tenda, de lavar a loiça no alguidar amarelo e ver os lotados jogos de futebol. Saudades é falta da casa antiga dos avós, da galinha que comi mesmo sendo a minha melhor amiga e daquele burro do duna parque em milfontes que só comia as minhas cenouras. Saudades é sentir falta do momento depois do banho quando iamos ver o pôr do sol acima das dunas, quando davamos a volta a correr à piscina a rezar para cairmos para haver mais um momento de emoção, quando queriamos ir ao forte ouvir os índios que também cantam na baixa e comprar pulseiras de missangas. Falta de quando o malhão era sinónimo de silêncio. Saudades é sentir falta de ir à feira popular chatear a Catarina e pedir bitoque. Saudades é sentir falta de fazermos uma compilação de música, de inventarmos jogos sem fronteiras, de corrermos até às rochas, de comprarmos almanaques antes da praia e de cantarmos Dunas e Mamonas Assassinas como se fossemos reis do som. Saudades é sentir falta de dizer "Ug" e imitar as cantoras da moda. Saudades do meu quarto na casa antiga. Saudades é sentir falta do colégio, dos pinos na parede do colégio, da sirumba, da macaca, de brincar aos médicos e de subir à árvore proibida. Saudades é sentir falta de jogar ao quarto escuro. Saudades é sentir falta da menina Herminia e da menina Albina, de não saber porque lhes chamávamos meninas. Saudades é sentir falta da baía, dos beijos roubados, dos sonhos acordados, da caça ao monitor e dos dias em que caminhávamos até à Nazaré e pediamos boleia quando era proibido. Saudades é sentir falta dos últimos dias, das lágrimas, dos abraços e da amizade que supera até a morte. Saudades é falta da big house, das reuniões dormidas, dos banhos falados, das piscinas e do "leaving on a jet plane". Saudades é sentir falta dos pré fabricados sem saber porquê, de chorar quando os deitaram abaixo, dos rebuliços na relva e das passagens fugazes. E dos abraços. E dos abraços... Saudades é falta de querer ser serena acima de tudo, falta do caldas, do texugo e da casa da SS. Saudades é sentir falta da Suécia, e da Alemanha, e da Áustria e de Moscavide. Saudades é falta do Algarve e da pousada, do Rossio e dos shots de pastel de nata. Da tasca fina. Da tasca fina com eles, da tasca fina com ele. Saudades é sentir falta da praia de São Pedro. Saudades é sentir falta da praia de São João. Saudades é sentir falta de nos rirmos agarrados a um poste em Santos, de gargalharmos a descer o chiado, de miar. Saudades é sentir falta de uma musa de tardes desocupadas. Saudades é sentir falta de Cannes, Mónaco, Veneza, Ljubljana, Zagreb, Split, Budapeste, Cracóvia, Praga, Berlim e Amesterdão. Saudades é sentir falta de pintar as unhas uma de cada cor, de comprar vernizes, de chorar a rir, de encontros inesperados, de sras polacas, de riminis, de pisas on fire, de saltos, de fotografias naturais, de comboios vazios, de estofos castanhos, de dormir na estação. Saudades é sentir falta da Garibaldi, da Vetovaille, da Cavalieri, da Dante e de todas as praças pisanas e italianas. Saudades é sentir falta de cantar na rua à noite, seja na Corso Itália, seja cheia de cocktails nas ruas de Praga. Saudades é sentir falta de fazer amigos em boteillon e levá-los por todas as minhas garrafas e gargalos e pedaços. Saudades é falta de correr para as minhas amigas, vê-las à porta do aeroporto e tomá-las nos meus braços como se tivesse sede delas. Saudades é sentir falta de as tomar no meu colo quando precisam e lembrar-me sempre do orgulho que tenho em tê-las, tê-las verdadeiramente. Saudades é sentir falta dos banhos de piscina à noite, dos sofás do hotel, do pachá, do corredor até ao elevador, dos momentos corona, do nosso quarto, da nossa cama enorme, do espelho da nossa casa de banho, das bóias, das esperguiçadeiras, dos jaguares e das pumas, das tartarugas, das borbuletas, dos phones partilhados, das cócegas nos pés, dos isidros, dos vestidos, do batido de banana, das panquecas e do buffet, das conversas, dos passeios, da areia, da água, dos pontões até ao mar, das cartas, das respostas, dos aviões, dos sinais...
Saudades é falta... Eu também sou saudades... Eu tenho a sorte de ter uma vida que inspira faltas...

[Ter-vos é o melhor de mim...]

Saturday, April 19, 2008

Escravos de nós

Sinto-me, finalmente, livre. Pode chover horas a fio que continuarei na eterna sintilância de quem recebe. Dou-me; a mim. A eles sempre, nem sei mentir. Descobrir-me, inteira, em senso de uma eterna imperfeição que não controlo (nem quero!). Não é a estupidez intriseca ao ser humano que me impele para a solidão, é a possibilidade e a interiorização que não me deixam outro caminho. Todo o ser humano se sente sozinho, num momento ou outro, até naquela súbita inveja daqueles que se sentam, acompanhados na sua definição (ou na nossa, que é a que interessa), ao nosso lado. E a solidão nunca será uma bandeira, será antes um pregão, daqueles que ele só traz à rua de vez em quando, quando a sua alma não adoece ou não foge, paura. A solidão é feliz quando é só uma capacidade.

"A liberdade é a possibilidade do isolamento; se te é impossível viver só, então nasceste escravo!"

Saturday, April 12, 2008

Pois...

"Eu não sei se vou ficar bem assim... Eu só sei o que vai ser melhor para mim!"

Palavras certas em sons errados...

Tuesday, April 08, 2008

Apresentação do clã que me faz feliz!

No México como já em Lisboa... Inseparáveis... Mutchas Gracias e... Mojitooooooooos ;)
[Será que a felicidade dá ressaca? *]

Sunday, April 06, 2008

Casas de areia

Compramos ali, onde podemos sentir a areia nos pés. Subimos a duna (compramos um Jeep!), construímos com as mãos, decoramos (aplausos!). Dois quartos, "um para ti e ...; um para mim e ...". E umas águas furtadas, janela de sotão. Uma rede. Deixamo-los ir à Maby sozinhos (eles já conhecem o gelado de iogurt). Dormimos enroscadas, por todos os anos com cheiro a malhão. Ao fim do dia passamos pelo cinema, ver de fora, como sempre. Acabamos no forte e olhamos o mar, cheira a peixe grelhado e a Rossio. Eles vêm ter connosco. Sorrimos sem querer. E adoro-te como sempre, eu e tu, a companheira de vida e de Vila Nova, o sonho a duas. Sonhos de um futuro para as demais. Estamos talhadas para isto, barro e barro, chão e chão, amizade eterna.

[Para ti, tu sabes... ]

Friday, April 04, 2008

Delícias

Paz. Palavras tão pouco ao acaso. Sorrisos simples, autênticos, enquanto se tira o cabelo dos olhos. Cinco metros, não mais. Uma cor, um olhar ao espelho. Um olhar o outro, profunda e intensamente. Sensações para sempre, eternidades. Espontaneidade. Dúvidas. Questões doces. Toques de mãos. Pinos. Avessas. Um blue ocean e um sonho outra vez.

Perfeito!

:)

Eu: "Mas gostas de mim ou não?"
Af.: "Tenho de pensar..."

Maravilhas do meu dia!

Wednesday, April 02, 2008

México

Ir e voltar... Estar renovada a minha serenidade... começar a conhecer-me melhor a cada dia, perceber o que sinto, com calma, eu.

Obrigada meus anjos, meus tudo: sem vocês e a nossa varanda de onde se vê o sol perder-me-ia mais... Sim, como ela disse: amor incondicional.

Obrigada pelo momento no sofá na última noite, toda a disponibilidade para verem uma nova amiga (verdadeiramente assim o espero) a abrir as portas da muralha. Obrigada pelos sinais, e pelo resto... Ganhei-vos e não vos vou perder!

Obrigada pelos momentos em si, por mim, recordarei para sempre os nove, recordarei para sempre os nove e o mar azul!

Excelente :) *

Sunday, March 23, 2008

Eu e eu.

É amanhã que vou eu e eu, finalmente, para algum lado novo. Nunca te visitei, novo continente, nunca te encontrei. Pela primeira vez vamos As, merecendo este momento, merecendo os momentos que estiverem para vir. Juntas, eu e eu, até já.

Amanhã, México.

Friday, March 21, 2008

Chega

Ponto final. Por favor, tenho de parar de fazer isto a mim própria. A dor no estômago, a estupidez profunda, a pele irritada, as noites mal dormidas. Sou a mais profunda inimiga de mim própria, tenho de admitir. Tenho tantas saudades dos meus dias quentes. Quando te vejo tenho ainda mais saudades dos nossos dias quentes. Chega. Basta. Pouco falta para sentir o sol quente no meu rosto, fugir dos recantos ignorantes de uma casa que há muito não é minha, um vinho branco que não é meu, um toque que não é meu, prefume, olhar, abraço... Chega. Definitivamente, chega.

Pois, eu disse-lhe para parar.

Thursday, March 13, 2008

Sonhos... para um dia.


Volver

Difícil? Caminhar sem me perder. Fácil? Perder-me mesmo quando não caminho. Vontade? O encontro inesperado. Desespero? A volta.

Wednesday, February 13, 2008

Entre mundos...

Acabou. Fine. Gostava de me reconhecer aqui, mas perdi o interesse. Gostava antes de me procurar no meio do chocolate em pó do marrochino ou do capuccino, já tanto faz, à distância parecem-me tão diferentes mas o meu amor tão igual. Gostava de me encontrar no edredon do ikea, de adormecer de luz acesa enquanto ela fotografa as botas, de olhar para as fotografias, de falar italiano, de tomar banho curvada e de todos os dias me chatear por causa dos pêlos na banheira. Não quero mais saber da normalidade. Que raio de bandeira é essa. Amo-te. Amar-te Pisa, é amar-me mais. Eu sou menos eu, agora, aqui...

Tuesday, February 05, 2008

La bella Italia

Si, mi mancherá tutto. I palazzi, la strada, anche il fiume, sempre sporco, sempre pocco nudo. Mi mancherá di piú questa libertà, questo senso di andare libera, tanto libera, piena di responsabilità che solo io stabilicio. Voglio essere cosí tutta la mia vita, abitando sola quando mi manco, abitando insieme quando mi mancano loro, essere piena, libera, io, solo stessa, io di cuore, io sempre.

Friday, February 01, 2008

Pensamentos...

Sento-me e penso. Só penso, sem deixar que nada me distraia. Eu, no fundo e bem profundamente, tive sempre sorte, permaneceram na minha vida e amaram-me as melhores pessoas que conheço. Foi mais do que sorte, foi quase uma benção que também paguei depois, com dor, quando magoei, quando errei, sortes que paguei com um ano da minha vida. Não sou, nunca fui, nem tenho jeito para ser, uma vítima. Chorei muito e soube levantar-me, mesmo com mãos que me empurravam para baixo. Sinceramente, essas mãos pouco me interessam. Interessaram, sempre, mais outras, as que, não me passando a mão pela cabeça, se esticavam na minha direcção. E agora, respirando com uma profundidade confiante, um grande bem-haja a essas, aquelas que eu gosto mirar, mirar os traços, as rugas que se formam na testa. E a outras, as melhores mãos, os melhores dedos do mundo, talvez um dia os caminhos se reformulem e possamos novamente virar a esquina e beber um café.

Sempre

Elejo-o a melhor coisa do mundo!


"A mana veio de Pisa para o Real Madrid e do Real Madrid para Lisboa!"

Wednesday, January 30, 2008

Desejo.

Beija-me como se fosses sugar a minha alma.
Enrola-me e fuma o meu suco perfumado a vida.
Sussura a minha voz transpirada de teu toque, meu veio cintilante.
Mata-me com teu abraço feroz e arranca este medo que é meu e donde escrevi noticia nossa.

["Quem sabe sequer o que pensa, ou o que deseja? Quem sabe o que é para si mesmo? Quantas coisas a música sugere e nos sabe bem que não possam ser! Quantas a noite recorda e choramos, e não foram nunca! Como uma voz solta da paz deitada ao comprido, a enrolação da onda estoira e esfria e há um salivar audível pela praia invisível fora." - Livro do desassossego, Bernardo Soares]

Sunday, January 27, 2008

Continentes... viajar? Perder países...


Rebenta de felicidade... olha o rio e ri-se, gargalhadas de uma explosão de felicidade brutalmente profunda. Perde aquela vergonha do transeunte, manda uma gargalhada na cara de um casal italiano que passa. Pára e olha para o chocolate que cobre o capuccino. São sortes, tantas que tenho tido que se devem apenas aqueles que me rodeiam, aqueles que me amam e a quem eu agradeço a minha vida assim, estonteantemente feliz.

Tentaste mas não vais, não vais nunca tirar-me o sorriso de uma alma acompanhada.

["Só queria saber se queres tequilla na piscina ou no quarto de hotel?"]

Sons de Janeiro, frases de Janeiro...

"I did it my way" - Frank Sinatra (eu e ela, na piazza de sempre, gritos bêbedos)
"Just the way you are" - Diana Krall (para ela)
"Lágrimas" - Amália (os três, aqui em casa, cantado como se fossemos morrer)
"Café com sal" - Doce (eu e a outra ela, quatro da manhã, até casa)
"Lado a lado" - Dona Maria
"Je ne veux pas travailler" - Edith Piaf (danças de quarto)

"Bubbly" - Colbie Caillat (todas as manhãs, caputcio na mão, quente, olhar o sol à distância)

"O segredo é ser diferente mas discretamente"
"A amizade acima de tudo!"
"Amor de primo nunca acaba"
"Tenho jeito para muita coisa"
"Não me importa, nada de importa"

Saturday, January 26, 2008

Desistir de aprender a amar

Pegou-lhe na mão, mostrou-lhe o caminho. Assim lhe tentou mostrar, mostrava-lhe os vales do pensamento, imensidões de descobertas que no fundo eram as suas mas que só com ela partilhava. Não era fácil, custava-lhe a abrir os olhos, ou então virava a cara porque no fundo os seus olhos não aguentavam o sol. Como o mel, colada a uma lembrança doce, sempre distante do presente. Ele ensinava calmamente, como quem espera aquela resposta tardia, acreditando-a como inevitável, como estavelmente segura no fim da linha. Desculpou-se. Ela sabia-o. Não queria nunca que ele a deixasse e possivelmente seria mais fácil desistir, acreditar que não havia mais para lá da ténue esperança momentânea. As desculpas nunca foram suficientes. E mais tarde encostava a cabeça ao vidro e gritava consigo própria: mas quem julgas tu que és? Grávida de uma estupides infinita, lacrimenta de seres que nem existem, vidas passadas e fugidas e uma dor qualquer. Formidável incluires-te entre os indomáveis, perdida entre as confusões de uma lua que só sabe estar em quarto minguante. És um nada com paralelos em tudo, felicidades que não foram nem nunca serão porque só sabes acreditar no momento. Ele liberta-te, mas és uma acorrentada na sua definição.
Amar? Noutra vida, talvez.

Friday, January 25, 2008

2008

Há dias que acordam cinzentos e nós acordamos com a mesma ausência estupidificante de cor (eu que nem gosto do cinzento...). Esperguiço-me porque sempre tenho aquela pequena sensação de prazer, mesmo que por nada mais, porque existimos, porque o sol pode ser nosso. Sem sol, como os meus cereaizinhos na minha tacinha com a minha colerzinha e os meus olhinhos repousam sobre mais um livrinho. Tudo insignificante. Onde estão as promessas de viagens e gargalhadas, os clássicos infinitos, e beijos e amor e paz? Sei lá... Deve ter sido, foi mesmo, tudo no ano passado.

Tuesday, January 22, 2008

Arrepios

Olho para os pequenos pelos loiros do meu braço e pergunto-lhes quem sou e porque se eriçam quando se eriçam. Olho-os demoradamente, como um pequeno rapazinho despreocupado com o tempo. É como se me olhasse de fora, como se estivesse aqui e acima de mim, a observar as intemperies da minha existência. Queria arrancar o meu sistema nervoso e ser sempre este sorriso que não morde o lábio. Gostava de perpetuar este caminho paralelo onde tudo é regular e constante para poder, só mais tarde, confundir tudo, baralhar de novo as cartas e as estender à minha frente, como quem não quer acreditar no destino mas acreditando num caminho para o futuro. É como ele disse: "não tentes convencer-me que és uma optimista!"; não conseguiria convencer-te disso, não tenho material nem argumentos. Descobri que sou sempre a fonte que transborda, sei porque lavo tanto as mãos, e não tento confundir-vos: não acho nada normal!

Thursday, January 17, 2008

Um pouco mais de calma...

Os dias sucedem-se... desesperadamente, mãos na cabeça, lágrimas que fazem escorrer tinta preta... não sou eu, isto não sou eu, se alguma vez fui, estive enganada. Não consigo parar de as roer e ninguém me compreende, ninguém sabe onde estive ou não estive, porque estive sozinha e não quis mesmo que ninguém me acompanhasse. Não podia ser. Nada podia ser e eu só conseguia chorar e entreolhar-me ao espelho com medo e temor. Tremia, tremia muito porque de qualquer maneira não me amar é não ter de procurar mais nada. E desistir. E ver o sol cair sobre a ponte. E cair, levemente, enquanto a barragem se abriu e o rio está cheio de corrente. Sou uma maçã a apodrecer. Levem-me daqui.

Monday, January 14, 2008

Dias...

Hoje, daqueles dias em que o passado e o presente destinado se confundem. E mais uma vez, confiança desmedida, dor desmedida e só penso que o tempo devia ter parado no dia em que me chamaste miúda. Aí, pelo menos, o meu mundo cor-de-rosa era real e o mundo cá fora era só um pesadelo distante. Quem me traz este casulo de onde saí? E porque não posso sentar-me no chão do meu quarto, brincar às bonecas e acreditar que as barbies podem ser felizes para sempre? Não, desculpe-me o tempo, nunca quis ser mulher.

Monday, January 07, 2008

Quando? Para quando? - Ser livre!

Quando foi a última vez que ajudaste mesmo só por ajudar, sem ser sequer para impressionar alguém? Quando foi a última vez que realmente quiseste intervir no curso das coisas e não tiveste medo? Quando foi a última vez que o teu olhar arrogante não saiu porque era um amigo? Quando foi a última vez que deste a mão a um amigo, trabalhaste por ele e só quiseste no fim vê-lo sorrir?

Quando foi a última vez que dedicámos a nossa alma à loucura de pertencer ao mundo, ao ser catastrófico do não-ser, da ternura sumarenta de uma laranja arrancada, quando pertencemos ao espaço inexistente só para provar que não havia mãos onde só nas mãos cabiamos?... Como? Como chegar onde? E... e para quê?

"Livre de quê? Que importa Zararusta! Mas o teu olhar deve dizer-me claramente: livre para quê?" - Nietzsche

Escrever... bem ou... bem!

"Deste modo ou daquele modo,
Conforme calha ou não calha,
Podendo às vezes dizer o que penso,
E outras vezes dizendo-o mal e com misturas,
Vou escrevendo os meus versos sem querer,
Como se escrever não fosse uma cousa feita de gestos,
Como se escrever fosse uma cousa que me acontecesse
Como dar-me o sol de fora.
Procuro dizer o que sinto
Sem pensar em que o sinto.
Procuro encostar as palavras à ideia
E não precisar dum corredor
Do pensamento para as palavras.
Nem sempre consigo sentir o que sei que devo sentir.
O meu pensamento só muito devagar atravessa o rio a nado
Porque lhe pesa o fato que os homens o fizeram usar.
Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,
Mas um animal humano que a Natureza produziu.
E assim escrevo, querendo sentir a Natureza, nem sequer como um homem,
Mas como quem sente a Natureza, e mais nada.
E assim escrevo, ora bem, ora mal,
Ora acertando com o que quero dizer, ora errando,
Caindo aqui, levantando-me acolá,
Mas indo sempre no meu caminho como um cego teimoso.
Ainda assim, sou alguém.
Sou o Descobridor da Natureza.
Sou o Argonauta das sensações verdadeiras.
Trago ao Universo um novo Universo
Porque trago ao Universo ele-próprio.
Isto sinto e isto escrevo
Perfeitamente sabedor e sem que não veja
Que são cinco horas do amanhecer
E que o sol, que ainda não mostrou a cabeça
Por cima do muro do horizonte,
Ainda assim já se lhe vêem as pontas dos dedos
Agarrando o cimo do muro
Do horizonte cheio de montes baixos."

Fernando Pessoa

[Este homem era mais do que um génio... captou tudo o mais que eu poderia exprimir, e... e... e...]

Thursday, January 03, 2008

Donna Maria... Perfeito: Lado a Lado!

Ele: Somos dois caminhos paralelos
Vamos pela vida lado a lado
Doidos que nós somos, loucos que nós fomos
Nem sei qual é de nós mais desgraçado...
Lado a lado, meu amor, mas tão longe
Como é grande a distância entre nós
O que foi que se passou entre nós os dois que nos separou?
Porque foi que os meus ideais morreram assim dentro de mim?

Ela: Ombro a ombro, tanta vez, mas tão longe
Indiferença, entre nós, quem diria
Custa a crer que tanto amor, tão profundo amor, tenha acabado
E nós ambos sem amor, lado a lado

Ele: Fomos no passado um só destino
Somos um amor desencontrado
Doidos que nós somos
Loucos que nós fomos
Nem sei qual é de nós mais desgraçado

Ela:Lado a lado no amor mas tão longe
Como é grande a distancia entre nós
O que foi que se passou entre nós os dois que nos separou?
Porque foi que os meus ideais morreram assim dentro de mim?
Ombro a ombro, tanta vez, mas tão longe
Indiferença, entre nós, quem diria
Custa a querer que tanto amor, tão profundo amor, tenha acabado
E nós ambos sem amor, lado a lado

Somos dois caminhos paralelos, vamos pela vida lado a lado...