Thursday, May 22, 2008

Compreensão serena

Demora algum tempo. Seremos infinitos, o resto do tempo, quando ele nem se manifesta. Seremos. Indiferente compreendê-lo ou tentar até, com alguma força redutora, resumi-lo. Misuras do tempo, do momento, do estar, do ser humano. Buscamos quando menos buscamos, quando acreditamos piamente que somos o suficiente. Não, nada melhor do que o olhar ao amanhecer. Intriga-me a capacidade de cegueira. Eu própria o fui muitas vezes, eu própria acreditava apenas que o era, quando vi mais claramente. Fugídios estes segundos, esta vista. O sol pode até bater mais forte nas minhas costas hoje, posso inundar-me, perder o ar, amanhã serei tua. Serei sempre tua.

Friday, May 16, 2008

Noite

Encheste-me o copo e senti-me complexa e extravagante. O vinho correu por mim e fingi estar ainda atenta aos pormenores em que me encantaste. Fingiste estar concentrado em algo difuso, como se pudesses alguma vez escolher as palavras. Há momentos em que não as temos, um dia aceitarás isso, juntamente com as explicações que não existem. Talvez tu saibas, ou só precises de tempo. Olhaste-me e puseste a mão nos meus olhos, como que a esconder o azul que te penetrou as entranhas e magoou terrivelmente o mundo que criaste. O mundo em que me descriaste. Surrupiaste-me as palavras e de repente o nosso silêncio congelou-me. O vinho era agora mais turvo e o teu sorriso era o corrimento de um rio que me afogava. A ti também, mas lutavas desenfreadamente contra aquilo que nos recusamos a chamar destino. Lembraste-te de mim há um tempo, a roubar-te côdeas e a gabar-te a timidez, a pertencer a um mundo que não conhecias, lembraste-te de quando não tinhas de me tapar os olhos para não te ver, quando me ensinaste o a e o b e eu pura e simplesmente não aprendi entre um sopro e um banco vazio. Quando nos lembramos de tudo o que fora, também nos lembramos do que pode o tempo evitar só pela sua existência matreira. E nunca sabemos se queremos que ele passe para nos esquecermos mais, ou se queremos que ele pare para nos sentirmos dentro e não termos ainda de nos esquecer.
Noites? Noite.

Sunday, May 04, 2008

Realize... (you!) - Colbie Caillat

"Take time to realize,
That your warmth is
Crashing down on in
Take time to realize,
That I am on your side
Didn't I, Didn't I tell you.
But I can't spell it out for you,
No it's never gonna be that simple
No I can't spell it out for you

If you just realize what I just realized,
Then we'd be perfect for each other
and will never find another
Just realized what I just realized
we'd never have to wonder
if we missed that on each other now.

Take time to realize
Oh-oh I'm on your side
didn't I, didn't I tell you.
Take time to realize
This all can pass you by
Didn't I tell you.

But I can't spell it out for you,
no its never gonna be that simple
no I can't spell it out for you.

If you just realized what I just realized
then we'd be perfect for each other
and we'd never find another
Just realize what I just realized
we'd never have to wonder
if we missed that on each other but.

It's not always the same
no it's never the same
if you don't feel it too.
If you meet me half way
If you would meet me half way.
It could be the same for you.

If you just realize what I just realized
then we'd be perfect for each other
and we'd never find another
Just realize what I just realized
we'd never have to wonder...

Just realize what I just realized
if you just realize what i just realized...

if we missed that on each other now...
Missed out on each other now...

Realize, realize, realize, realize..."

Saturday, May 03, 2008

Momentos de lágrima

Sabes, todos temos o nosso pequeno e intrínseco momento de lágrima. Um direito reconhecido, documento autêntico, patetices entre uns dias de luz pouco alumiada (puxar por ela... pois.). Um aprofundar de uma alma cansada e renovada, o peso do papel em que escrever não é preciso. Ser, somente, de um trago e de uma imensidão de palavras envoltas em papel seda. Preciso de um herói, de ser herói, de não ter de procurar um herói, em mim. O momento perfeito da conjugação do posso-tudo ao quero-tudo ao quero-poder-tudo, mesmo sem poder, ser o acreditar e vestir a pele ao irrequieto fantoche, mesmo só a brincar. Ir à varanda, recostar a cabeça no carro, são apenas a mesma moeda virada em torno de pessoas sem face. É aí o ser, independentemente do local, o ser de compreender que explodir, aqui ou ali, é mais de nós, é mais de nós ao vento também.