Saturday, December 29, 2007

The Doors

Pisa é isto! "People are Strange..."

Um bom encontro é de dois

Não te encontrei, há muito tempo que não te encontro. Há muito tempo que não chutamos a mesma pedra e há muito tempo que nem encontramos a mesma casa de camisa para podermos enfiar aquele botãozinho juntos. Olhei para ti, e não, não era para cruzarmos olhares, não houve expectativa nem medo, é uma natural futilidade que nem tive tempo de esconder. Apeteceu-me olhar para ti. E gostava de olhar mais, mesmo que quando tenha olhado não tenha visto nada. Sei que veria, mais tarde, com algum tempo e reflexão, porque afinal não esquecemos aquilo que de melhor nos aconteceu, em todos os sentidos. Não te acuso de me fazeres crescer, eu tenho as costas muito mais largas do que isso. Nem te acuso de nada, talvez com pena. "Tantas vezes te odiei com medo de te amar", ou quis. Gostava de me sentar na praia e ver-te à beira mar só para poder olhar-te e decifrar o que mudei, o que mudou, o que se encaixou no destino e se deixa correr. Quero, genuinamente, que sejas feliz. Só ainda não sei onde. Quero olhar para ti...


"Mesmo, se segure
Quero que se cure
Dessa pessoa
Que o aconselha
Há um desencontro
Veja por esse ponto
Há tantas pessoas especiais
Now even if you hold yourself
I want you to get cured
From this person
Who advices you
There is a disconnection
See through this point of view
There are so many special people in the world
So many special people in the world
(...)
Now we're
Falling into the night
Um bom encontro é de dois"

Ode às mulheres!

"Gestos femininos bonitos sempre, a delicadeza com que as mulheres tocam nos objectos, a harmonia dos dedos: somos pesados e sem graça, nós os homens, ao pé delas. Pesados, brutos, canhestros: não possuímos seja o que for de ave ou de nuvem, a nossa carne é densa e gaguejante. Dá-me uma paz de eternidade ver uma mulher numa casa, o modo como o seu corpo habita o espaço, a forma como vestem, de si mesmas, os compartimentos, com um simples passo, um simples olhar. E depois uma espécie de inocência primordial, de leveza habitável: devo ter sido muito feliz na barriga da minha mãe, por dentro da sua voz, do seu sangue. (...) foram obrigados a puxar-me a ferros, não queria sair: como eu me compreendo. (...)"

António Lobo Antunes
Eu, às vezes

Voltei.

Fui e vim. Não sei o que devo aos lugares, já não sei o que devo realmente a quê. Dantes sabia, por vezes tenho a impressão estranha que dantes sabia muito mais coisas ou que era muito mais feliz na ignorância (a segunda podia mesmo adequar-se mais). Mas de qualquer forma quando leio o que escrevia antes penso mesmo que era muito mais sábia, muito mais segura e impertinente também. Agora... bem, agora tento evoluir. Sei lá. Tento. Penso mesmo que fiz um entorse no pensamento, bloqueei a razão e deixei-me andar.

Thursday, December 13, 2007

Ingenuidade

Disseram-me que já houve tempos em que ganharia o prémio da mais ingénua do lugar. Mudei, mudei muito, mas há sempre alturas em que acredito mais que as pessoas são realmente boas, que posso realmente ver só o seu lado doce e sereno. Isso não existe, daí as decepções, daí as constantes decepções. Não conheço verdadeiramente a maior parte das pessoas que vou encontrando e querer encontrar sempre nelas uma pessoa verdadeira é uma utopia. Eu vivo de utopias. As utopias podiam ser a minha casa. Elas não existem.

Monday, December 03, 2007