Tuesday, December 30, 2008

Que 2009...

... Me dê o sorriso que perco;
... Me ensine a perdoar-me;
... Me dê mais e mais amor próprio;
... Me dê "aqueles" 24;
... Me faça "encontrar" pessoas;
... Me force a batalhar mais;
... Me enquadre o mundo;
... Me desenquadre o mundo;
... Me ensine a torcer menos o nariz;
... Me dê paciência (muita!);
... Me dê garrafas de vinho, jantares à luz das velas e bebedeiras até de manhã;
... Me ofereça gargalhadas;
... Me indique o caminho do pequeno-almoço;
... Me enfie num avião;
... Me dê banhos de emersão;
... Me dê banhos de emersão a dois;
... Me dê noites a partilhar histórias a quatro;
... Me tire preconceitos;
... Me dê pirosices;
... Me tire "pudiquices";
... Me dê o Mundo, me dê o meu Mundo, me dê a capacidade de o partilhar.

Até lá *

E para vocês também! Tchim tchim...

Monday, December 29, 2008

Tu.

"I've got to let you know..."
Ele acordou e reparou que a cama estava vazia. Ainda com os olhos fechados apalpou o espaço ao seu lado e com força cerrou os olhos. Espreguiçou-se e abanou os pensamentos para acordar uma mente cansada. Abriu sorrateiramente os olhos e quis acreditar que vinha algum barulho de outro qualquer lugar da casa, barulho a pequeno almoço a ser preparado, prenúncio de cama sorrida. Nada. Sentou-se na cama e pôs a cabeça entre as mãos, alinhou o cabelo e o pesadelo e percebeu que estava só. E desta vez, pela primeira, verdadeiramente só. Talvez nunca tenha entendido que os colarinhos já não eram seus e o nó da gravata não estava obrigatoriamente apertado. Nunca tenha entendido que a fronha se partilhava, o copo da casa de banho se dividia naturalmente e a camisa branca lhe ficava muito melhor a ela do que encravada nas calças dos seus fatos. Na mesa de cabeceira um bilhete sem argumentos, palavras docemente duras, como quem descalça, como quem o descalça. Ele, o primeiro a desatar os atacadores, ele, o indescalçável. Entendeu. Ela era mais ele do que ele. Cerrou os punhos. Tapou a cabeça e, sem perceber, chorou.
"...You're not my type!"

Wednesday, December 24, 2008

Dezembro

E, como gosto de dizer, se não nos virmos, um Feliz Natal.

Sunday, December 21, 2008

Dedicatória

Minha querida,
Em todos os momentos, por todos os sentimentos que deitamos ao chão, não vale a pena chorar ou largarmos um pedaço nosso. Todas as pessoas são mutáveis, as experiências moldam-nos. No entanto, há coisas que nunca mudam, e nós somos o que somos e é isso que nos dá um valor especial. E tu és mais do que um pequeno momento, um pequeno sorriso inconsequente, um aperto nervoso, até porque, para nós, a felicidade, a instantânea, e principalmente essa, dá ressaca. Temos de reconhecer que assim não nos preenchemos, que este caminho não preenche a pessoa que tu és, não satisfaz a tua alma nem dá força à tua personalidade. Só entristece gente como nós: amantes da profundidade, da perspicácia e da aventura do enamoramento, muito mais do que uma noite, por muito boa que ela possa ser. Entristece porque de repente damo-nos mas a nossa alma fica connosco, partilhamos metade, como se essa metade fosse vazia ou desligada da outra. Pode durar algum ou mesmo muito tempo, no entanto há algo que falta, por algo que estamos a viver que não é bem nós nem nós nos reflectimos naquilo nem na forma de estarmos com aquela pessoa em específico. Por isso é que, a final, nós não resultamos aí, e tu mereces e precisas de muito mais do que assim te puderam ou podem agora oferecer. São todos estes pressupostos que fazem com que entristeça quando acaba. O fim, qualquer que ele seja, deixa sempre uma lacuna aberta que foi melhor ou pior preenchida, mas que o foi de alguma forma. Mas, enfim, ainda bem que acabou: precisas de conhecer alguém que invada o teu mundo e que o preencha, que o consiga colorir, que te leve a restaurantes onde nunca foste, que te leve a ouvir músicas que nunca ouviste, que pegue no carro e te leve de repente e sem planos até ao Alentejo. E vais encontrar, porque ainda há justiça no mundo para os bons, e tu és dos melhores.
Colinho, sempre.
n.
[Para ti, sem dúvidas, porque quero que saibas que acredito e que sim e que sim e que sim, e principalmente porque muitos mais podem também aprender assim... e, sabes, colinho mesmo sempre!]

Friday, December 19, 2008

Risca.

Há, na vida, daqueles dias de calendário que deveríamos, simplesmente, riscar.

Risquemos dia 19 de Dezembro, hoje e desde sempre e para sempre.

Agradeço.

Monday, December 15, 2008

Porque disse tudo... Porque o sabe bem! - William Shakespear

Depois de algum tempo tu aprendes a diferença,
A subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E tu aprendes que amar não significa apoiares-te,
E que companhia nem sempre significa segurança.
E começas a aprender que beijos não são contratos
E presentes não são promessas.
E começas a aceitar as tuas derrotas
Com a cabeça erguida e olhos adiante,
Com a graça de um adulto
E não com a tristeza de uma criança.
E aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje,
Porque o terreno do amanha e incerto demais para os planos,
E o futuro tem o costume de cair no meio do vão.
(...)
Aprendes que não temos que mudar de amigos
Se compreendemos que os amigos mudam,
Percebes que o teu melhor amigo e tu
Podem fazer qualquer coisa, ou nada,
E terem bons momentos juntos.
(...)
Aprendes que não importa aonde já chegaste,
Mas para onde estas a ir.
Mas se tu não sabes para onde estas a ir,
Qualquer lugar serve.
Aprendes que, ou tu controlas as tuas acções
Ou elas te controlarão,
E que ser flexível não significa
Ser fraco ou não ter personalidade,
Pois não importa quão delicada e frágil
Seja uma situação,
Existem sempre dois lados.
Aprendes que heróis são pessoas
Que fizeram o que era necessário fazer,
Enfrentando as consequências.
Aprendes que a paciência requer muita prática.
(...)
Aprendes que há mais dos teus pais em ti
Do que tu supunhas.
Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança
Que os sonhos são uma parvoíce,
Poucas coisas são tão humilhantes
E seria uma tragedia se ela acreditasse nisso.
Aprendes que quando estas com raiva
Tens o direito de estar com raiva,
Mas isso não te da o direito de seres cruel.
Descobres que só porque alguém não te ama
Da forma que tu queres que te ame,
Não significa que esse alguém
Não te ame com tudo o que pode,
Pois existem pessoas que nos amam,
Mas simplesmente não sabem
Como demonstrar ou viver isso.
Aprendes que nem sempre e suficiente
Ser perdoado por alguém,
Algumas vezes tu tens que aprender
A perdoar-te a ti mesmo.
Aprendes que com a mesma severidade com que julgas,
Tu serás em algum momento condenado.
Aprendes que não importa
Em quantos pedaços o teu coração foi partido,
O mundo não pára, para que tu o consertes.
(...)
E tu aprendes que realmente podes suportar...
Que realmente és forte,
E que podes ir muito mais longe
Mesmo depois de pensares que não podes mais.

Thursday, December 11, 2008

Mulher

Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.

Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.

As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas.... Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.

Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.

A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas... Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto.

Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.

É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.

Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher.

Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.

Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem sabotagem e sem sofrer); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.


Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!

A beleza é tudo isto.

Paulo Coelho

Pois... eu gosto de vestir um vestido branco, apanhar o cabelo e sair para comprar pão...

Compromissos

Hoje ela ia pelo passeio e parou. Olhou para o pequeno cabelo que via no ar, na sombra, desalinhado. Deu por si numa exaustão do alinhamento dos corpos social. Passou para o meio da estrada, no entanto deu por si no pânico de ser apanhada por um veículo ("sei-lá-eu") que se apodere do seu dever ser (que é!) e lhe leve a alegria de acreditar que a alegria pode ser alegre noutro lugar (e "sei-lá-eu"). Segue obstinada. A seriedade de quem tem um olhar em cativeiro e uma alma aprisionada noutro local, o tal, aquele ou o outro, lembranças ou memórias, tanto faz. Não queria ser aquela, mas foi-o, desde sempre, aquela das saudades e dos copos vazios, aquela do sofá e dos pequenos-almoços na mesa, aquela do sono sacudido rapidamente, vulgo, um cão, o seu, em dia de chuva. Quantas vezes não quisémos nós acabar o que haviamos começado e não conseguimos? Quantas vezes não quisémos acabar o que não começámos? Quantas vezes não quisémos começar o que já fora acabado?
Destino. Chegou ao. Olhou para o meio da estrada, desalinhou o cabelo que lhe restava alinhado, descalçou os sapatos e partiu a correr.
E o compromisso? E o destino? "Sei-lá-eu".

Wednesday, December 10, 2008

Posso aprender a fingir que não existem?!

E aprendes que não importa o quanto tu te importes, Algumas pessoas simplesmente não se importam...

Shakespear

Thursday, December 04, 2008

Foste tu?

De uma forma ou de outra, eis que a compreensão limpa os pés no nosso tapete da entrada. Assim, confiante, à espera de uma reunião. O nosso escritório pode ainda estar em obras, pode parecer a casa da desorganização, mas não está desinteressado de trocar ideias. Vemo-nos, o todo, entre uma espécie de abono e uma chuva miudinha, e oferecemos à compreensão toda a panóplia de instrumentos que necessita de nós. E puff: compreendemos.
Não é necessário muito, apenas um toque qualquer no ombro, olhamos de frente o que olhávamos de soslaio, dão-nos a entender o que quer exactamente dizer "bloqueio" ou "ainda estás aqui?" e penduramo-nos, já menos suspensos, na caminhada longa que os Pirinéus deixem. Ora, eu subia. Hoje subia-os. E levava a compreensão comigo, junto de vocês (não se sintam preteridas... mais que meras bengalas visuais da minha vida), das minhas melhores amigas. Lá em cima, no topo, parava para me oscultar e dar corda à minha respiração. Pensava: "Foste tu?" e a compreensão poria o dedo na minha boca, invocava o silêncio, e conquistava-me ancora di piú.