Monday, January 08, 2007

Luxemburgo

Jogging; jogging matinal. Pelos corredores refrescados de Luxemburgo. Como sonhámos, como planeámos, para um dia... Deixava-te em casa, naquela que em parcos dias teríamos transformado em nossa, com ávidas aventuras e mensagens ternurentas. Corria. Só eu e o meu suor, os meus passos alinhados, o meu ritmo cardíaco acelerado. De vez em quando fechava os olhos e não pensava em nada. Só eu e o meu corpo, sem alma, deixara-a em casa pregada a ti, ainda sonolento com o rosto na minha almofada para te entranhares no meu cheiro. Só tinhas perguntado onde ia e com um beijo na testa respondi-te "por aí". Voltaste a adormecer. Posso dizer que foi a imagem que tive no meu pensamento enquanto em nada pensava, enquanto as minhas narinas se enregelavam com o orvalho da manhã. O ar gélido a entrar, aquela estranha sensação de já não ser eu mas um canal invadido pela quase-madrugada, como se eu fosse o ar e o ar fosse eu, o meu ser, corpo. Nunca gostei de correr sem motivo, tu sabes!, mas corria para ti e para o mundo todo que me davas mesmo adormecido, por entre caminhos nos quais não pensava, por entre alcatrão que queria por força desconhecer. Só eu. Por aí.

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