Entro no autocarro e torço o nariz. "Mas porquê?", dizem-me elas. E eu olho de soslaio para as senhoras que se sentam perto de mim. Em vão abro a janela mas aquele perfume a vida não me sai da entrada das narinas. "Não está fácil", perco a sensação de entranhar-me em Roma mas ela entranha-se tristemente em mim. Sempre descrevemos um ambiente com o que vemos, com o que nos transmitem as imagens que captamos. Destes minutos de suplício tirei a estranha sensação de que há um mar de gente afastado de mim, do meu cheiro a vida, de todas as minhas possibilidades de emanar um cheiro a vida agradável que tanta gente não tem o poder de deixar sentir.
Sento-me na Piazza di Spagna. Cabeças torneadas pelo sol, milhares delas. E eu ali quando passa alguém e levanto o nariz em aprovação. "Passou alguém por nós que cheirava tão bem...", embala-me. Que boas são as Romas e Romas...
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