Wednesday, April 29, 2009

In the mood for love

Tenho vontade de perder o fôlego. Ser um amante estonteante que se abraça na noite, deixar a cabeça cair para trás, sentir-me morta por um beijo, um último beijo, até amanhã, até ao próximo adeus. Chega desta superficialidade arrasadora do até já que não volta, das portas fechadas de vez em quando, do silêncio dos gritos de ciúmes, da loucura, do querer, só querer, querer mais e mais. Quero que acendas velas e me deixes ouvir cantar os pássaros, que cantes em andamento, que me abraces e me beijes o rosto de um só suspiro, que me atropeles os sentidos, que me faças sorrir, rir, gargalhar. Paremos de querer o fácil, ancoremos o difícil, qual o problema de ser sozinha?!, hoje, amanhã, enquanto não se acha, enquanto não se encontra, enquanto não se compreende. Sou sozinha quando me olho ao espelho pela manhã e não preciso de um ardor para me comover com a cor dos meus olhos, preciso de um amor puro e sincero, pouco idilico, mas muito vivido, muito amado, que me sugue, que percorra o meu corpo, que desvaneça as minhas razões e me tire argumentos. Quero, finalmente, um amor como o último vinho tinto: uma surpresa e, ao toque aveludado nos meus lábios, um sabor cada vez melhor.

1 comment:

jb said...

Isso às vezes é tão complicado...
e às vezes é tão simples e complicamos tanto...
O idealismo às vezes pode-nos cegar...
Já pensei se às vezes não vemos que está à nossa frente exactamente aquilo que procuramos e por olharmos sempre para o horizonte à espera que surja não o vemos o que está defronte dos nossos olhos...

Beijinho