Thursday, December 31, 2009

Dicas para 2010...

Gosto do ritual antes de sair de casa. Gosto de capuccino à janela. Gosto de velcro. Gosto de cetim. Gosto de veludo. Gosto de tapetes. Gosto de lírios. Gosto que inventem nomes para me chamar à volta do meu. Gosto do pequeno almoço na cama. Gosto de fazer caras ao espelho quando me arranjo. Gosto de dançar ao espelho. Gosto de cantar no carro. Gosto de cantar acompanhada no carro. Gosto de pôr batom no elevador. Gosto de me pentear no elevador. Gosto de apanhar o autocarro. Gosto do som dos sapatos no mármore. Gosto de noites quentes. Gosto de ouvir a chuva dentro do carro. Gosto de vinho tinto no carro. Gosto de amor no capô do carro. Gosto de parar o carro sem sentido. Gosto de trocar de lugar. Gosto de jantares com poucos amigos. Gosto de encontrar amigos na rua. Gosto de dançar de olhos fechados e fazer boquinhas. Gosto de beijos no canto da boca. Gosto de conduzir o teu carro. Gosto de adormecer com o pé no chão. Gosto de adormecer no chão. Gosto de adormecer no sofá em frente à lareira. Gosto que não me deixes adormecer. Gosto de lingerie. Gosto de quadros antigos. Gosto de livros da biblioteca. Gosto de leite condensado. Gosto de andar de avião. Gosto de suspirar. Gosto de açúcar. Gosto de pacotes de açúcar. Gosto de café com adoçante. Gosto de estar sozinha em casa. Gosto de dar jantares em casa. Gosto de cozinhar. Gosto de karaokes. Gosto de bilhetes comprados à última. Gosto de pestanas. Gosto de nadar nua. Gosto de branco. Gosto de ler na diagonal. Gosto de ler alto. Gosto de ler na cama. Gosto de ler poesia. Gosto de escrever em prosa. Gosto de frases curtas. Gosto de textos longos. Gosto de torradas. Gosto de bife com batatas fritas. Gosto de arroz. Gosto de conversas sobre senhores. Gosto de olhar nos olhos. Gosto dos meus olhos. Gosto de fixar os lábios. Gosto do cheiro dos carros novos. Gosto do cheiro de óleo johnson. Gosto de sapatos de bebé. Gosto de sapatos. Gosto de dormir encostada. Gosto que me quebrem tabus. Gosto de pudiquices inventadas. Gosto do momento que antecede o beijo. Gosto de beijar devagar. Gosto de ténis prateados. Gosto de me sentir dominada. Gosto de palavrar. Gosto de palavras. Gosto de barba de dois dias. Gosto de ir à praia sozinha. Gosto de massagens. Gosto que me segredem coisas ao ouvido. Gosto de abraços. Gosto de ir ao futebol. Gosto de rasgar papeis. Gosto de arrumar. Gosto de lavar as mãos. Gosto de festinhas. Gosto de festas. Gosto de flirtar. Gosto que me levem às cavalitas. Gosto de verbos. Gosto de imitar vozes. Gosto de jogar mímica. Gosto de jogos bêbedos pela madrugada. Gosto da praia no Inverno. Gosto de pés. Gosto de ondas. Gosto do sol. Gosto do amanhecer. Gosto do pôr do sol. Gosto de fotografias. Gosto de ser e acontecer e não me esgotar em gostos. Gosto.

E fui buscar inspiração ao teu armário...

2010...

... depois de tantos desejos que normalmente partilho... só quero que 2010 resolva os meus desejos mais profundos e me surpreenda com resolução de desejos que eu não sabia que tinha (e outros que eu não tenha mesmo...). Quero que 2010 me dê o que eu gosto. Simples e completo.

Até já

Aprendi em 2009 que quero para 2010

Though still in bed, my thoughts go out to you, my Immortal Beloved,
now and then joyfully, then sadly, waiting to learn whether or not fate will hear us

- I can live only wholly with you or not at all -

Yes, I am resolved to wander so long away from you until I can fly to your arms
and say that I am really at home with you, and can send my soul enwrapped in you
into the land of spirits

- Yes, unhappily it must be so -

You will be the more contained since you know my fidelity to you.
No one else can ever possess my heart - never - never - Oh God,
why must one be parted from one whom one so loves.
And yet my life in V is now a wretched life

- Your love makes me at once the happiest and the unhappiest of men -

At my age I need a steady, quiet life - can that be so in our connection?
My angel, I have just been told that the mailcoach goes every day - therefore
I must close at once so that you may receive the letter at once

- Be calm, only by a calm consideration of our existence can we achieve our purpose to live together
- Be calm
- love me
- today
- yesterday
- what tearful longings for you - you - you - my life - my all - farewell.
Oh continue to love me - never misjudge the most faithful heart of your beloved.
ever thine
ever mine
ever ours

2009...

... foi o ano da descoberta: minha, dos outros, do ambiente que me rodeia (e daquele que eu não quero que me rodeie...). Foi um ano de mudança, transformação, compreensão e de fechar portas, até então entreabertas, até então com uma maçaneta intocada. Revolucionou-me; criou na terra o respirar conhecedor de quem assenta e de quem está pronto agora para seguir caminho, para conduzir os devaneios com a sabedoria de um sereno sonhador.
No final de 2008 alguém de disse "2009 somos nós em grande". E posso, ao longe, ouvi-la agora sentir I told you so.
Para quem contribuiu para as aventuras e desventuras, para as surpresas e para os desejos realizados, para os sucos novos e os antigos, para a amizade, para a vida, para os devaneios e os lugares-comuns... aquele obrigada regado a abraços e encantos profundos.

Monday, December 28, 2009

Conversas de botequim

"Para o próximo ano quero paz. E quero um amor. Um amor sério; tranquilo. E quero que me envolva, que me sugue, que me encoste à parede e me tire o ar, que busque a minha alma nos meus olhos, que conheça melhor que eu os meus olhos, de perto, de um perto que eu não possa alcançar, que rasgue os meus pruridos, que engula os meus pruridos!, que leia a minha cintura, que rebolemos na cama, que tenhamos sempre porque discutir, como discutir, como fazer as pazes, como lutar com almofadas..."
[pausa]
"Isso não me parece nada tranquilo..."

Thursday, December 24, 2009

Monday, December 21, 2009

Dias

Queria baixar as defesas... mas não consigo.

"Não me sinto, não estou apaixonada por ti..."

Wednesday, December 16, 2009

Amor próprio

Descobri, no meio da rua, naquele saco, o meu amor próprio. E já estava amachucado. Engoli o sopro profundo numa suavidade natural, pesquei o sentimento e tive gritos a atirar ao ar. Descobri nele que o bom da vida é viver, mais nada! Seja com um tabuleiro, dois ou vários, o importante é que queiras o que queres, que te estrutures para querer, e te embrulhes de ti próprio, do teu cheiro, dos teus amores e dos outros, que te descasques das pudiquices de uma vida-não-vida, sociedades a que somos alheios, a que deveríamos ser alheios. Que nos engolamos a nós. Que, a partir daí, possas sugar-me a mim.
Deixa de usar barómetros. Vamos atirar a cabeça para trás. Não dês definições ao pensar no descobrir no que atrai. O que atrai é o dever do corpo, o respirar insano, o querer, querer tudo, o mais, sem o medo do viver amanhã. É hoje querer uma cocega e amanhã um olhar profundo, é hoje amar a ponta do cabelo espigado e amanhã querer puxar pela cintura. Não me arrastes, eu não te arrastarei. Cada um seu espelho, seu amor, sua linha. Não me completes, preenche-me.
E deixa as palavras à porta. Quem precisa, aqui, de falar? Há palavras que não existem, há terminações que não são e por alguma razão ainda não inventaram som para as reticências. Não tenhas receio de sermos três pontos.
Mas se tiveres, se não mergulhares no lençol branco em que nos deitamos, deixa-me sozinha. Não sei dar-me em partes. Pensa longe, que eu longe vou esperar. Ou não. Não somos absolutos mas o nosso corpo é pleno e aquele que se desmantela terá de apanhar os cacos, em algum momento, sozinho, depois. Tenho dúvidas, tenho receios, mas tenho um trilho. Se não tens um trilho senta-te e espera: encontramo-nos mais à frente. Mas, nessa altura, se houver essa altura, corre. A muitos trilhos ocorrerá juntar-se a nós.
Somos nós. Humanos. Não há garantias.

Monday, December 14, 2009

Manhã

Perguntei à manhã pelo desalento de um povo. Rocei-me-lhe um sorriso ténue para onde o sol franziu o sobrolho. Como desconhecendo o universo das figuras (ou peões), o meu lábio de cima rasgou o dia pelo gélido sonhar de um tempo sem tempo.

Perguntei por mim à manhã e ela menos tal desconhecia.
Perguntou-me por mim, e num esconderijo de infantes pedi-lhe: "preciso que me encontres primeiro".

Suguei para ti a manhã, com ultraje e reprovação, e não foi o meu riso profundo que confirmou o calor, o teu braço suspeito finalizou o sugar, enroscou a minha cintura e levou-me a banhos por aí.

Thursday, December 03, 2009

Doce memória

"Piano buttons, stitched on morning lights.
Jazz wakes with the day,
As I awaken with jazz, love lit the night.
Eyes appear and disappear,
To lead me once more, to a green moon.
Streets paved with opal sadness,
Lead me counterclockwise, to pockets of joy,
And jazz..."