[Eu gosto da praia à hora das gaivotas...]
... I'm more than you - Stevie Wonder
... Until the third coming - James Brown
... The Shepherd - Culture
... New Craas Massahkah - Linton Kwesi Johnson
... My aphrodisiac is you - Katie Melua
... Roady - Fat Freddy's Drop
... State of Clarity - Guru's Jazzmatazz ft. Common & Bob James
... In a manner of speaking - Nouvelle Vague
... chuva na janela de um fim de semana à lareira!
[quando o sol dourado despenteia o teu cabelo e um só sorriso teu desfaz o meu pesadelo...]
Friday, November 28, 2008
Thursday, November 27, 2008
E riso!
Deveríamos dizer a palavra melancolia tantas vezes quantas a sentimos. Talvez me digam que a palavra não foi criada para ser enunciada quando ocorre, simples e autenticamente, o sentimento. E, realmente, se quisessemos fazer das acções uma pequena precedência das palavras, espirrávamo-las com uma velocidade incontornável. Eu sei mas... só nos queria dar aquela sensação de ridículo, fazer com que cada ser compreendesse o que é inevitável. "Estou melancólica" melancolia, melancolia, melancolia... até me rir com a crença profunda de ter perdido a minha sanidade mental. E aí se ia a melancolia, com um olhar reprovador e nefasto, acreditando, esperançosa, que me faria tropeçar outra vez. Não creio que a palavra se importásse que todos a disséssemos tanto que a abolíssemos, um dia, desnecessária. Não, enganam-se, não estou a fazer um elogio à ausência de rotina. Estou a fazer um elogio à rotina misturada [desmesuradamente batida] com a sua ausência. Não me importo de beber um café de manhã, todos os dias, e maquinalmente projectar todos os gestos. Gosto muito. Feliz o momento, diiiiiiiário, em que visto ao sair do banho o meu quente roupão amarelo. Deliciosa a torrada (nem muito nem pouco) onde barro aquela manteiga dos Açores, todos os dias. Mas também, não principalmente mas também, uma felicidade na loucura de um dia diferente, um corrupio que palpita naquele exacto momento gravado, uma intensidade daquele só segundo que se prolonga no tempo que eu já não tinha naquele dia em que já não pensava que tinha o tempo para ter o que não era (nada) igual. Agora quero enxotá-la, essa melancolia, doença dos saudáveis seres que pensam e se deixam pensar.
Agora...
Melancolia, melancolia, melancolia...
Tuesday, November 25, 2008
[Prestes a crescer mas continuar uma princesa]
Pensar enlouquece. Pense nisso...
Wednesday, November 19, 2008
Memórias de futuro
Tens razão, às vezes perco-me no memorável. Não porque fuja ao presente (seja, uma delícia) mas porque a minha vida é intensa de mais para viver apenas do momento, vivo também da memória do que foi [aquele olhar desafiante, aquela palavra astuta, aquele riso perturbante] para querer mais para o meu futuro. Não igual: mais. Sinto que cada vez sou capaz de descobrir mais mundos e dentro de cada um construir um pequeno castelo de personagens mais ou menos feliz, mais ou menos próximas, mais ou menos imperfeitas. Mas pessoas. Daquelas que agarram e me sugam, que querem a força da minha compreensão e a presunção do meu pensamento. Quero rostos que me façam sentir, sentir qualquer coisa, um arrepio, uma atracção, um silêncio sincero, qualquer coisa que mesmo muito livre se mostre a mim como autêntica, como verdadeira. Se quero alguém, se quero um instante só meu, quero verdadeiramente independente do amor, da paixão, de qualquer carinho, um sentimento louco e desenfreado a fazer esquecer a razão ou a fazer apurá-la mais. Serei talvez [de paixão] mais fria, viverei talvez mais. Ser, assim, poder, ser feliz.
Tuesday, November 18, 2008
Ser, assim, com prazer!
“Cada um de nós é, no fundo, um ideia ilimitada da liberdade. Devemos rejeitar tudo aquilo que nos imponha limites. Aliás… dispomos de todas as possibilidades, da mais absoluta liberdade de escolha. Como num livro, onde cada letra permanece para sempre na página, a nossa consciência tem o direito de decidir o que quer ler e o que prefere deixar de parte…”
Richard Bach
Wednesday, November 12, 2008
Vontades.
Às vezes tenho vontades. Sou uma mulher de vontades. As pessoas têm vontades, as mulheres têm vontades, os homens têm vontades. Idiotas. Muitas vezes, ignóbeis desprovidas de sentido. Hoje tenho vontades.
Quero loucamente que se parta um vidro do escritório e que fiquemos dois dias sem trabalhar. Quero ganhar um prémio para conduzir muito rápido num carro de rali. Quero desligar o telemóvel e desaparecer por dois dias e aparecer como se nada fosse e por isso levar tareia dos meus (preocupados) amigos. Quero gritar com alguém no trânsito e que ele saia do carro e me queira bater. Quero partir vinte pratos num restaurante chinês. Quero atirar tremoços à cabeça de alguém. Quero parar o carro no meio do nada e dormir lá uma noite. Quero adormecer na praia debaixo da areia. Quero que as minhas amigas quando me virem se finjam histéricas como se não me vissem há dois meses e me encham de beijos no meio da rua. Quero cantar no metro e que toda a gente fique a olhar para mim e a pensar que eu fugi do Júlio de Matos. Quero que o condutor do carro ao meu lado me diga adeus. Quero que se metam comigo no metro. Quero dar um estalo merecido a alguém. Quero entornar vinho tinto "ocasionalmente" em cima de alguém de quem não goste. Quero que um homem fantástico me bata no carro e que troquemos números de telefone mesmo que nunca mais nos falemos. Quero entrar no aeroporto e comprar um bilhete para Xangai. Quero meter-me no avião sem dizer nada a ninguém. Quero comprar um São Bernardo e que ele me encha de baba. Quero furar um pneu na autoestrada e ligar a toda a gente que eu conheço a pedir ajuda para que quando todos cheguem se crie um pequeno festim. Quero embebedar-me à porta da estação e que me confundam com um mendigo. Quero arrumar carros por uma tarde. Quero ir a pé do Alto de São João ao Cais do Sodré. Quero estar na ponte para gozar com os que vão correr a maratona. Quero que os meus amigos sejam meus amigos e não que me peça desculpa por não terem sido. Quero começar-me a rir no meio da rua quando me lembro de alguma coisa sem me preocupar com quem vê. Quero andar de taxi e inventar que sou irmã da Claudisabel e cantarmos juntos "Preciso de um herói". Quero desatar a correr na baixa sem razão aparente e que as pessoas me sigam por no reason at all. Quero convencionar que um dia por mês me visto só de verde e finjo que é normal. Quero mandar uma carta a toda a gente que conheço a dizer: ri-te que eu estou a ver-te, e imaginar quem se riu e quem me insultou. Quero pedir desculpa aos gritos na rua e fazer cenas de amor louco numa tarde ao sol.
Para quando?
Quero loucamente que se parta um vidro do escritório e que fiquemos dois dias sem trabalhar. Quero ganhar um prémio para conduzir muito rápido num carro de rali. Quero desligar o telemóvel e desaparecer por dois dias e aparecer como se nada fosse e por isso levar tareia dos meus (preocupados) amigos. Quero gritar com alguém no trânsito e que ele saia do carro e me queira bater. Quero partir vinte pratos num restaurante chinês. Quero atirar tremoços à cabeça de alguém. Quero parar o carro no meio do nada e dormir lá uma noite. Quero adormecer na praia debaixo da areia. Quero que as minhas amigas quando me virem se finjam histéricas como se não me vissem há dois meses e me encham de beijos no meio da rua. Quero cantar no metro e que toda a gente fique a olhar para mim e a pensar que eu fugi do Júlio de Matos. Quero que o condutor do carro ao meu lado me diga adeus. Quero que se metam comigo no metro. Quero dar um estalo merecido a alguém. Quero entornar vinho tinto "ocasionalmente" em cima de alguém de quem não goste. Quero que um homem fantástico me bata no carro e que troquemos números de telefone mesmo que nunca mais nos falemos. Quero entrar no aeroporto e comprar um bilhete para Xangai. Quero meter-me no avião sem dizer nada a ninguém. Quero comprar um São Bernardo e que ele me encha de baba. Quero furar um pneu na autoestrada e ligar a toda a gente que eu conheço a pedir ajuda para que quando todos cheguem se crie um pequeno festim. Quero embebedar-me à porta da estação e que me confundam com um mendigo. Quero arrumar carros por uma tarde. Quero ir a pé do Alto de São João ao Cais do Sodré. Quero estar na ponte para gozar com os que vão correr a maratona. Quero que os meus amigos sejam meus amigos e não que me peça desculpa por não terem sido. Quero começar-me a rir no meio da rua quando me lembro de alguma coisa sem me preocupar com quem vê. Quero andar de taxi e inventar que sou irmã da Claudisabel e cantarmos juntos "Preciso de um herói". Quero desatar a correr na baixa sem razão aparente e que as pessoas me sigam por no reason at all. Quero convencionar que um dia por mês me visto só de verde e finjo que é normal. Quero mandar uma carta a toda a gente que conheço a dizer: ri-te que eu estou a ver-te, e imaginar quem se riu e quem me insultou. Quero pedir desculpa aos gritos na rua e fazer cenas de amor louco numa tarde ao sol.
Para quando?
Tuesday, November 11, 2008
7 de Novembro
Sabem quando sentem que foi um momento dado de mãos abertas e conseguiram sugá-lo até à última gota? Foi isso Nouvelle Vague, um conjunto de sons tão diferentes, vozes, posturas e nós as duas a rirmo-nos com a loucura, as drogas delas, e o homem dela que diz coisas disparatadas... Especial, verdadeiramente especial foi quando ela disse:
"Era o que lhe dirias?"
E eu só sorri.
"Era o que lhe dirias?"
E eu só sorri.
I present you, ladies and gentleman, In a manner of speaking, ali por Nouvelle Vague:
In a Manner of speaking
I just want to say
That I could never forget the way
You told me everything
By saying nothing
In a manner of speaking
I don't understand
How love in silence becomes reprimand
But the way that i feel about you
Is beyond words
Oh give me the words
Give me the words
But tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything
In a manner of speaking
Semantics won't do
In this life that we live we only make do
And the way that we feel
Might have to be sacrified
So in a manner of speaking
I just want to say
That just like you I should find a way
To tell you everything
By saying nothing.
Oh give me the words
Give me the words
But tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything
[E Fat Freddy's Drop vai ter de ficar para outra vez...]
In a Manner of speaking
I just want to say
That I could never forget the way
You told me everything
By saying nothing
In a manner of speaking
I don't understand
How love in silence becomes reprimand
But the way that i feel about you
Is beyond words
Oh give me the words
Give me the words
But tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything
In a manner of speaking
Semantics won't do
In this life that we live we only make do
And the way that we feel
Might have to be sacrified
So in a manner of speaking
I just want to say
That just like you I should find a way
To tell you everything
By saying nothing.
Oh give me the words
Give me the words
But tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything
[E Fat Freddy's Drop vai ter de ficar para outra vez...]
À transparência
Bastou-me um momento.
Um segundo.
Em que foste, em que fomos,
Transparentes.
Ver para além de ti e do insorriso que nos criaste.
Ouvir-te respirar, como se controlasses
[Pudesses ainda controlar]
O corrupio da minha respiração.
Abraçou-me o teu perfume,
Brotar do frasco da alma
E, com ele, o meu caminhar lento para o abismo.
O abismo em que não mais transparente:
Homem, coragem, sangue, tensão;
Me apanhavas, me puxavas para ti
E dizias que me amas.
Um segundo.
Em que foste, em que fomos,
Transparentes.
Ver para além de ti e do insorriso que nos criaste.
Ouvir-te respirar, como se controlasses
[Pudesses ainda controlar]
O corrupio da minha respiração.
Abraçou-me o teu perfume,
Brotar do frasco da alma
E, com ele, o meu caminhar lento para o abismo.
O abismo em que não mais transparente:
Homem, coragem, sangue, tensão;
Me apanhavas, me puxavas para ti
E dizias que me amas.
Sunday, November 09, 2008
Friday, November 07, 2008
Thursday, November 06, 2008
Cansaços.
Ri-te. Gargalha-te. Sorri-te até aos pés. Abre a boca para deixar passar o som e o ar visível das noites de Inverno. Agarra a barriga, cruza as pernas, atira a cabeça para trás, cansa-te a rir, chora a rir, envolve-te a rir. E quando parares, limpa as lágrimas que ainda restam, deixa suavemente que as últimas gargalhadas atravessem os teus lábios, olha pela janela e agradece por estares vivo. Uma e outra vez, até teres vontade de sorrir e depois renovada vontade de rir e repetes o processo tantas vezes que adormeces de cansaço. Cansaço de rir, como cansaço de amor, doce e inesquecível.
Tuesday, November 04, 2008
Premonição falhada.
Porque me esperava à porta, porque o som envolveu-me, porque não me perdi, porque encontrei, porque o meu carro não estava frio, porque não chorei.
E é bom demais estar errada.
Noite especial.
E é bom demais estar errada.
Noite especial.
Monday, November 03, 2008
Sunday, November 02, 2008
Premonição
Amanhã vou parar lá. Vou sentir a música preencher-me. Vou seguir pelos meus pés e pelos mesmos voltar até ao ar frio do meu carro. Sei que depois vou pensar que deveria ter levado alguém, depois vou pensar que deveria ter ouvido State of Clarity com alguém por perto. E depois? Depois vou deixar-me chorar.
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