Sunday, April 08, 2007
Pena
Tenho pena que não me leias, que já não me leias as entranhas profundas, mesmo que outrora profanadas, agora estabelecidas em inocência e ternura. Tenho pena que não me agarres pela cintura, que não me apertes, que não me tires o fôlego, que não me mintas aos ouvidos enquanto me tapavas os olhos e me deixavas tropeçar (mas pouco). Tenho pena que não me deites cuidadosamente na tua cama, uma mão na minha cabeça a amparar a minha queda, a afagar os meus cabelos. Já não te enrolas em mim, na compreensão dos meus movimentos, na perfeição do nosso ritual, na vida imperfeita por entre os risos completos... Mesmo assim, fazendo-te feliz, já vale a pena.
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