Monday, December 20, 2010

Borracha

Ciclos. Os ciclos. Como se, em algum momento as portas se abrissem e se fechassem, naqueles corredores em que elas nasceram, como se as opções estivessem ali, à mão, ao mesmo esforço. Que erróneo é pensarmos que mais tarde pensamos. Os nossos passos de hoje que são a componente do "e se" de amanhã definem quem escolhemos ser, quem vamos escolhendo ser. Não me enquadro neste grupo. E em qual? Quem é este ser com deveres de alma que opta por fingir que não estão lá, por fingir que a borracha é sua e o tempo não é mais para si.
Não. Te. Apagues. Simplesmente não deixes de ser tu a entregar-te a ti própria, os teus risos e as gargalhadas. Onde estão eles? Quem és tu? De onde vieram essas asas para passar por cima de tudo sem o escrever, sem te escreveres, sem compreenderes a imensidão de palavras que te buscam todos os dias e flutuam, passam pelos teus olhos e vão saindo pela tua testa. Deixa-las escapar?! Por favor N., não te apagues. Não te deixes. Nem que venham mil ciclos, não discrimines a tua potência de ser mais do que os outros que diariamente partilham as pedras que tu só pisas. Encarna-te. Como és. Como foste. Com o mundo que tu, sozinha, tanto queres carregar às costas. Porque quando eles chegam para te ajudar a carregar tu sorris, dizes que já os esperavas e, aí sim, sabes poder ser feliz.

1 comment:

Nádia said...

Obrigada J pelo impulso! :')