Friday, October 31, 2008

Hoje.

"Fazes-me falta, estou ausente de mim própria"

Victor Hugo

Tuesday, October 28, 2008

"Ladies and Gentlemen of the class of ’97:

Maybe you’ll marry, maybe you won’t, maybe you’ll have children, maybe you won’t, maybe you’ll divorce at 40, maybe you’ll dance the funky chicken on your 75th wedding anniversary… what ever you do, don’t congratulate yourself too much or berate yourself either – your choices are half chance, so are everybody else’s. Enjoy your body, use it every way you can, don’t be afraid of it, or what other people think of it, it’s the greatest instrument you’ll ever own..."
Just perfect!

Friday, October 17, 2008

Hoje.

Pensei em escrever mas depois pensei na ausência de tema que brota dos meus dedos, engessada na minha razão. Não compreendo a ausência de ausência de temas que assolam os escritores. Acreditar que é um trabalho de compreensão de nós próprios para lá de uma qualquer possibilidade de inspiração, um trabalho continuado e maduro que eu ainda não consigo concretizar, mesmo que este raciocínio pareça, desde já uma pretensão. Felizmente a minha vida passou já por vários corredores e consegui já enfrascar-me em vários batidos de pessoas, movimentos, momentos, segundos descompensados... Mesmo assim o tema seca entre as teclas ou nos nós dos meus dedos e, então, posso esperar por amanhã. Podemos sempre esperar por amanhã se a espera nos faz sorrir. É o resultado, talvez a esperança do resultado, que nos anima a pele pela manhã.
[Impressionantes são as dores nos braços agora... ]

Tuesday, October 14, 2008

Hit The Road Jack (Live 1981) - Fim de tarde no escritório...

"Eu não vi nada!" - Ray Charles.

[também faz lembrar um dia italiano... e até um "Quem sou eu?"]

Poema...

Um dia tudo será diferente
e tão igual ao que sinto, digo, faço
porque o que faço, digo e sinto,
vem do fundo onde te guardo
esse lugar de onde brota
a verdade com que digo
o tanto que quero dizer,
se simplesmente digo "Te amo".

Pensamentos compostos por outros: o ontem, o hoje e o amanhã...

"Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir – é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida. Apagar tudo do quadro de um dia para o outro, ser novo, com cada nova madrugada, numa revirgindade perpétua da emoção – isto, e só isto, vale a pena ser ou ter, para ser ou ter o que imperfeitamente somos. Esta madrugada é a primeira do mundo. Nunca esta cor rosa amarelecendo para branco quente pousou assim na face com que a casaria de oeste encara cheia de olhos vidrados o silêncio que vem na luz crescente. Nunca houve esta hora, nem esta luz, nem este meu ser. Amanhã o que for será outra coisa, e o que eu vir será visto por olhos recompostos, cheios de uma nova visão. Altos montes da cidade! Grandes arquitecturas que as encostas íngremes seguram e engrandecem, resvalamentos de edifícios diversamente amontoados, que a luz tece de sombras e queimações – sois hoje, sois eu, porque vos vejo sois (...) e amo-vos da amurada como um navio que passa por outro navio e há saudades desconhecidas na passagem."
Bernardo Soares, Livro do Desassossego (Fernando Pessoa)

Monday, October 06, 2008

Convido a ouvir...

... Electric Feel - MGMT
... Changes - Seu Jorge
... Num corpo só -Maria Rita
... Let it Fall - Lykke Li
... Comme s'il en pleuvait - Mayra Andrade
... Evidências - Ana Carolina
... A tua presença (Crónicas da Terra Ardente) - Fausto
... Io lo so che non sono solo - Jovanotti
... O jogo - Tiago Bettencourt

Enjoy!

Anjos

Não sei que perfida vontade do destino os colocou no meu caminho. Tantos olhares sedentos de seres assim e eu vejo-os entrar na minha vida às cambalhotas só porque sim, e só porque acham que eu nasci com a especialidade de dever ser cuidada, com uns toques de um carinho sentimental que me precede. Deveria agradecer à vida por todos aqueles minutos em que olhei à minha volta e lhes vi as asas, abertas e a sorrir para mim, mesmo que alheios a esse sentimento. Obrigada, entretanto não inventaram outra palavra, pela mão que me estendem sem eu pedir, pela força com que me levantam e pela palavra sábia "não vai ser bom" antes da conversa. Pelo menos aqui, aqui!, eu sei que não vos mereço; os anjos da minha vida.

Mensagem... (de Maria Rita e Minha)

Vai chover de novo
Deu na TV
Que o povo já se cansou
De tanto o céu desabar
E pede a um santo daqui
Que reza a ajuda de Deus
Mas nada pode fazer
Se a chuva quer é trazer você pra mim
Vem cá, que tá me dando uma vontade de chorar
Não faz assim
Não vá pra lá
Meu coração vai se entregar
À tempestade...

Quem é você pra me chamar aqui
Se nada aconteceu?
Me diz?
Foi só amor? Ou medo de ficar
Sozinho outra vez?
Cadê aquela outra mulher?
Você me parecia tão bem...
A chuva já passou por aqui
Eu mesma que cuidei de secar
Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha TV
Que eu vou de vez
Não há porque chorar
Por um amor que já morreu
Deixa pra lá
Eu vou, adeus
Meu coração já se cansou de falsidade...


Maria Rita - Santa Chuva

Thursday, October 02, 2008

Eu agora!

Não vou viver,
como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho aonde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar vocêÉ...

mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você...

Vou deixar a rua me levar
Ana Carolina

Wednesday, October 01, 2008

Janela

Os dias sucedem-se, como em tantos momentos de tantos dias... Posso olhar lá para fora e ver dezoito quilómetros de betão, enquanto que queria percorrer mais e mais quilómetros a caminho de mim, de ser mais eu. Não é uma queixa, é mais um suplício à vida, que me leve, me carregue comigo própria, para qualquer lugar onde eu possa abrir a mão à minha vida e escrevê-la em comunhão de segundos felizes.