Saturday, April 26, 2008

Kings Of Convenience - Cayman Islands

"Repudiei sempre que me compreendessem. Ser compreendido é prostituir-me. Prefiro ser tomado a sério como o que não sou".

Pausa no estudo... pauso no que penso.



Desabafo!

"Já fui amado e não soube amar!"

Quem, tanto como eu, se pode arrogar?!... Boh!

Lindo...

Lembro-me agora que tenho de marcar um
encontro contigo, num sítio em que ambos
nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma
das ocorrências da vida venha
interferir no que temos para nos dizer. Muitas
vezes me lembrei que esse sítio podia
ser, até, um lugar sem nada de especial,
como um canto de café, em frente de um espelho
que poderia servir até de pretexto
para reflectir a alma, a impressão da tarde,
o último estertor do dia antes de nos despedirmos,
quando é preciso encontrar uma fórmula que
disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É
que o amor nem sempre é uma palavra de uso,
aquela que permite a passagem à comunicação
mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale,
de súbito, o sentido da despedida, e cada um de nós
leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio
ser, como se uma troca de almas fosse possivel
neste mundo. Então, é natural que voltes atrás e
me peças:«Vem comigo!», e devo dizer-te que muitas
vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde,
isto é, a porta tinha-se fechado até outro
dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então
as palavras caem no vazio, como se nunca tivessem
sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar
um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos
para dizer uma ao outro: a confissão mais exacta, que
é também a mais absurda, de um sentimento; e, por
trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia
seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores
do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos
encontrar; que há-de ser um dia azul, de verão, em que
o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí
que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas,
que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo
das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.

Nuno Júdice

Friday, April 25, 2008

Delicioso

"My sister and I, when we were little, we thought maybe what happened was that when she was born God, or whatever it is, took her heart and put it inside my chest, took my heart and put it inside hers... That's what we used to say..."

Dave Matthews, Sister

I wish...

Descobrimentos em ruas de Milão!

[quando sentimos que podemos voltar a ser, que podemos sempre mais, que os nossos desejos estão perto, mais perto, tão perto... contentamento? Felicidade!]

Sunday, April 20, 2008

Ode a...

Acordar. Definições damo-las sem entender porquê, acabamos por reconhecer a indiferença. Raramente nos perguntam o que quer realmente dizer uma determinada palavra, apesar de sempre ouvirmos o "o que queres dizer com isso", meia dúzia de vezes por dia... Quando me ouvem dizer que tenho saudades, não sabem o que sinto... então aqui, à laia de dicionário o exponho... as minhas saudades, todas, de tudo o que sou eu.

Saudades é falta de correr para o parque infantil do parque de campismo e ver a minha prima rir-se para mim e fazer ar de quem é mais veloz. Saudades é falta de montar a tenda, de lavar a loiça no alguidar amarelo e ver os lotados jogos de futebol. Saudades é falta da casa antiga dos avós, da galinha que comi mesmo sendo a minha melhor amiga e daquele burro do duna parque em milfontes que só comia as minhas cenouras. Saudades é sentir falta do momento depois do banho quando iamos ver o pôr do sol acima das dunas, quando davamos a volta a correr à piscina a rezar para cairmos para haver mais um momento de emoção, quando queriamos ir ao forte ouvir os índios que também cantam na baixa e comprar pulseiras de missangas. Falta de quando o malhão era sinónimo de silêncio. Saudades é sentir falta de ir à feira popular chatear a Catarina e pedir bitoque. Saudades é sentir falta de fazermos uma compilação de música, de inventarmos jogos sem fronteiras, de corrermos até às rochas, de comprarmos almanaques antes da praia e de cantarmos Dunas e Mamonas Assassinas como se fossemos reis do som. Saudades é sentir falta de dizer "Ug" e imitar as cantoras da moda. Saudades do meu quarto na casa antiga. Saudades é sentir falta do colégio, dos pinos na parede do colégio, da sirumba, da macaca, de brincar aos médicos e de subir à árvore proibida. Saudades é sentir falta de jogar ao quarto escuro. Saudades é sentir falta da menina Herminia e da menina Albina, de não saber porque lhes chamávamos meninas. Saudades é sentir falta da baía, dos beijos roubados, dos sonhos acordados, da caça ao monitor e dos dias em que caminhávamos até à Nazaré e pediamos boleia quando era proibido. Saudades é sentir falta dos últimos dias, das lágrimas, dos abraços e da amizade que supera até a morte. Saudades é falta da big house, das reuniões dormidas, dos banhos falados, das piscinas e do "leaving on a jet plane". Saudades é sentir falta dos pré fabricados sem saber porquê, de chorar quando os deitaram abaixo, dos rebuliços na relva e das passagens fugazes. E dos abraços. E dos abraços... Saudades é falta de querer ser serena acima de tudo, falta do caldas, do texugo e da casa da SS. Saudades é sentir falta da Suécia, e da Alemanha, e da Áustria e de Moscavide. Saudades é falta do Algarve e da pousada, do Rossio e dos shots de pastel de nata. Da tasca fina. Da tasca fina com eles, da tasca fina com ele. Saudades é sentir falta da praia de São Pedro. Saudades é sentir falta da praia de São João. Saudades é sentir falta de nos rirmos agarrados a um poste em Santos, de gargalharmos a descer o chiado, de miar. Saudades é sentir falta de uma musa de tardes desocupadas. Saudades é sentir falta de Cannes, Mónaco, Veneza, Ljubljana, Zagreb, Split, Budapeste, Cracóvia, Praga, Berlim e Amesterdão. Saudades é sentir falta de pintar as unhas uma de cada cor, de comprar vernizes, de chorar a rir, de encontros inesperados, de sras polacas, de riminis, de pisas on fire, de saltos, de fotografias naturais, de comboios vazios, de estofos castanhos, de dormir na estação. Saudades é sentir falta da Garibaldi, da Vetovaille, da Cavalieri, da Dante e de todas as praças pisanas e italianas. Saudades é sentir falta de cantar na rua à noite, seja na Corso Itália, seja cheia de cocktails nas ruas de Praga. Saudades é sentir falta de fazer amigos em boteillon e levá-los por todas as minhas garrafas e gargalos e pedaços. Saudades é falta de correr para as minhas amigas, vê-las à porta do aeroporto e tomá-las nos meus braços como se tivesse sede delas. Saudades é sentir falta de as tomar no meu colo quando precisam e lembrar-me sempre do orgulho que tenho em tê-las, tê-las verdadeiramente. Saudades é sentir falta dos banhos de piscina à noite, dos sofás do hotel, do pachá, do corredor até ao elevador, dos momentos corona, do nosso quarto, da nossa cama enorme, do espelho da nossa casa de banho, das bóias, das esperguiçadeiras, dos jaguares e das pumas, das tartarugas, das borbuletas, dos phones partilhados, das cócegas nos pés, dos isidros, dos vestidos, do batido de banana, das panquecas e do buffet, das conversas, dos passeios, da areia, da água, dos pontões até ao mar, das cartas, das respostas, dos aviões, dos sinais...
Saudades é falta... Eu também sou saudades... Eu tenho a sorte de ter uma vida que inspira faltas...

[Ter-vos é o melhor de mim...]

Saturday, April 19, 2008

Escravos de nós

Sinto-me, finalmente, livre. Pode chover horas a fio que continuarei na eterna sintilância de quem recebe. Dou-me; a mim. A eles sempre, nem sei mentir. Descobrir-me, inteira, em senso de uma eterna imperfeição que não controlo (nem quero!). Não é a estupidez intriseca ao ser humano que me impele para a solidão, é a possibilidade e a interiorização que não me deixam outro caminho. Todo o ser humano se sente sozinho, num momento ou outro, até naquela súbita inveja daqueles que se sentam, acompanhados na sua definição (ou na nossa, que é a que interessa), ao nosso lado. E a solidão nunca será uma bandeira, será antes um pregão, daqueles que ele só traz à rua de vez em quando, quando a sua alma não adoece ou não foge, paura. A solidão é feliz quando é só uma capacidade.

"A liberdade é a possibilidade do isolamento; se te é impossível viver só, então nasceste escravo!"

Saturday, April 12, 2008

Pois...

"Eu não sei se vou ficar bem assim... Eu só sei o que vai ser melhor para mim!"

Palavras certas em sons errados...

Tuesday, April 08, 2008

Apresentação do clã que me faz feliz!

No México como já em Lisboa... Inseparáveis... Mutchas Gracias e... Mojitooooooooos ;)
[Será que a felicidade dá ressaca? *]

Sunday, April 06, 2008

Casas de areia

Compramos ali, onde podemos sentir a areia nos pés. Subimos a duna (compramos um Jeep!), construímos com as mãos, decoramos (aplausos!). Dois quartos, "um para ti e ...; um para mim e ...". E umas águas furtadas, janela de sotão. Uma rede. Deixamo-los ir à Maby sozinhos (eles já conhecem o gelado de iogurt). Dormimos enroscadas, por todos os anos com cheiro a malhão. Ao fim do dia passamos pelo cinema, ver de fora, como sempre. Acabamos no forte e olhamos o mar, cheira a peixe grelhado e a Rossio. Eles vêm ter connosco. Sorrimos sem querer. E adoro-te como sempre, eu e tu, a companheira de vida e de Vila Nova, o sonho a duas. Sonhos de um futuro para as demais. Estamos talhadas para isto, barro e barro, chão e chão, amizade eterna.

[Para ti, tu sabes... ]

Friday, April 04, 2008

Delícias

Paz. Palavras tão pouco ao acaso. Sorrisos simples, autênticos, enquanto se tira o cabelo dos olhos. Cinco metros, não mais. Uma cor, um olhar ao espelho. Um olhar o outro, profunda e intensamente. Sensações para sempre, eternidades. Espontaneidade. Dúvidas. Questões doces. Toques de mãos. Pinos. Avessas. Um blue ocean e um sonho outra vez.

Perfeito!

:)

Eu: "Mas gostas de mim ou não?"
Af.: "Tenho de pensar..."

Maravilhas do meu dia!

Wednesday, April 02, 2008

México

Ir e voltar... Estar renovada a minha serenidade... começar a conhecer-me melhor a cada dia, perceber o que sinto, com calma, eu.

Obrigada meus anjos, meus tudo: sem vocês e a nossa varanda de onde se vê o sol perder-me-ia mais... Sim, como ela disse: amor incondicional.

Obrigada pelo momento no sofá na última noite, toda a disponibilidade para verem uma nova amiga (verdadeiramente assim o espero) a abrir as portas da muralha. Obrigada pelos sinais, e pelo resto... Ganhei-vos e não vos vou perder!

Obrigada pelos momentos em si, por mim, recordarei para sempre os nove, recordarei para sempre os nove e o mar azul!

Excelente :) *