Parte das perguntas retóricas que coloquei na vida estavam repletas de amor, pingavam emoção, loucura, desejo. Agora desejam pingar paz, e ela não chega para ensopar um pano. Quero ser branca; intensa mas branca. Quero soltar o perfume da liberdade, o som do rio agitado. Quero poder encontrar uma verdade escondida em mim que me sossegue e descubra novos recantos da minha alma. Quero que me descubram. E, no fundo, quero tempo. Tempo para que tudo isto possa acontecer, tempo para que o tempo tenha a vontade própria de me dar a mão. Tempo para que as perguntas retóricas atirem o ponto ao chão. Onde é? Onde reside o limite? Que formas e trocas são necessárias para que nos olhemos e nos escudemos? Quem somos hoje? Quem sou agora? Quem ser agora...?
Tuesday, December 28, 2010
Monday, December 20, 2010
Borracha
Ciclos. Os ciclos. Como se, em algum momento as portas se abrissem e se fechassem, naqueles corredores em que elas nasceram, como se as opções estivessem ali, à mão, ao mesmo esforço. Que erróneo é pensarmos que mais tarde pensamos. Os nossos passos de hoje que são a componente do "e se" de amanhã definem quem escolhemos ser, quem vamos escolhendo ser. Não me enquadro neste grupo. E em qual? Quem é este ser com deveres de alma que opta por fingir que não estão lá, por fingir que a borracha é sua e o tempo não é mais para si.
Não. Te. Apagues. Simplesmente não deixes de ser tu a entregar-te a ti própria, os teus risos e as gargalhadas. Onde estão eles? Quem és tu? De onde vieram essas asas para passar por cima de tudo sem o escrever, sem te escreveres, sem compreenderes a imensidão de palavras que te buscam todos os dias e flutuam, passam pelos teus olhos e vão saindo pela tua testa. Deixa-las escapar?! Por favor N., não te apagues. Não te deixes. Nem que venham mil ciclos, não discrimines a tua potência de ser mais do que os outros que diariamente partilham as pedras que tu só pisas. Encarna-te. Como és. Como foste. Com o mundo que tu, sozinha, tanto queres carregar às costas. Porque quando eles chegam para te ajudar a carregar tu sorris, dizes que já os esperavas e, aí sim, sabes poder ser feliz.
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