Tuesday, July 21, 2009

Táxi

Sento-me e observo. Poucas vezes olhamos tudo o que nos rodeia com olhos de ver, descobri edifícios naquela avenida onde "passei a minha vida" num só passeio. Parece estranho mas raramente vemos. O olhar sobre o vidro pode parecer um desvio do retrovisor ou apenas um rasgo de clarividência, uma margem para duvidar do que conhecemos, que afinal não conhecemos apenas porque sempre achámos que conheciamos. Não conheço as ruas onde passo e não me questionem a cor dos prédios. Normalmente estou a ver-me mais a mim, análises sem força, análises diárias, análises... Mas dediquei-me a ver o tempo passar entre as colunas de automobilistas, a vê-lo rajar-me nos prédios e percorrer a cidade com uma pressa de quem pára. Inevitável a sensação de bolha, de um preenchimento estranho e sem sentido. Um preenchimento desprovido da minha comum sensação de corropio de ideias.
"5 euros e trinta e cinco".
E a porta aberta é o mundo real. Pé de fora...

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