Tuesday, May 18, 2010

Quatro corpos e uma saudade

Desde já admito a minha falta de espírito nestas matérias. Não sei ser, e não tenho medo de o dizer. Não sei. E ponto.
Talvez devesse esconder-me mais, pôr menos à consideração do (meu) mundo aquilo que me passa na alma, me apoquenta e me alivia. E vocês aliviam-me. Não tenho aquele receio de pensarem na minha tão malfadada dependência. São ar, para mim, e os meus pulmões clamam todos os dias por uma respiração mais plena e gargalhada.
Onde estão vocês nestes magníficos dias de sol? Onde estão os teus olhos azuis, verdes e castanhos? Continuação do meu eu tão fraco por vezes onde sou forte e vos amparo as dores?
Quero a nossa esquina e um café. Sussurros da partilha diária que agora me tira vida e me agonia.
Preciso de vocês. Quero dizê-lo. Falta-me fôlego. Já. E preciso de vocês.

Thursday, May 06, 2010

Despedidas...

Há coisas incríveis - and so they say. Incrível o facto de tu roeres a unha e eu não, incrível o facto de gostares de favas e elas agoniarem-me, incrível o facto de gostares de correr e eu não conseguir correr cem metros sem expirar um pulmão. Há coisas incríveis. É incrível como é nos entretantos, nos meandros, nos momentos não-pensantes de uma relação, que ela visivelmente se opera. Não quero que gostemos os dois de dançar se aceitares ver-me dançar e eu aceitar ver-te nadar uma tarde inteira. Mas, por favor, deixa-me chegar a esse patamar, deixa-nos querê-lo, como ar, como um anoitecer tardio de Verão. E, para isso, para um querer-ser em conjunto, tens de me abrir a porta e deixar entrar. Nada conseguirás de mim se ma trancares, se me deixares indefinidamente no patamar. Sei de um momento, aquele momento, em que eu virarei as costas, descerei as escadas, sempre com o olhar na porta, bem devagar, preparada para voltar a subir a correr, mas indo, sem parar.
É que..., quando abrires a porta com um sorriso, verás apenas a parede branca e o corrimão. Podem até ainda ter o meu perfume, mas não me trarão de volta.