Deitaste-me sobre a mesa.
Dissecaste o meu olhar ávido, meu desejo de aventura.
Tuas mãos perscrutaram o licor da minha alma, deglutiste a minha força, inteiraste-te do meu cérebro, sussuraste em mim.
Invadiste o meu umbigo, quebraste sem temor os movimentos do meu pensar.
E quando me olhaste, metade, terra, tensão, mergulhaste no meu fôlego, tiraste-me os "ses", tiraste-me o "não".
Thursday, March 25, 2010
Wednesday, March 17, 2010
Monday, March 15, 2010
Estejamos vivos. À nossa.
"Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!"
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!"
Pablo Neruda
Thanks M.
Sunday, March 14, 2010
Desse (teu) lado
Imponho-me parar. Avaliar-me como nunca, porque nunca me reconheci uma incapaz de ser, diferente, o mesmo ou mais. Uma limitação perturbadora de quem ama. Ora queremos demais, ora queremos que nos dêem demais, e um dia olhamos a profundidade de um olhar e quedamo-nos num reflexo do que quisemos com tanta força que não nos pudemos imaginar ali. Ali. Na verdade, a chave para o melhor relacionamento é fazermos com que cada dia seja um primeiro encontro, conhecermos qualquer coisa nova, uma pestana, o que for!, mas com o trunfo crescente de um conhecimento maior, do beijo nos envolver mais deliciosamente na clara certeza de um copo de chá quente. Não nos enganemos, nunca!, haverá sempre uma nova ou antiga pestana a conhecer. Há um cérebro tão complexo e rocambolesco como o nosso do outro lado. Ou não. Mas é sempre melhor (e mais doce) perspectivar e sonhar assim.
Thursday, March 04, 2010
Visão de um dia qualquer
Há dias clarificadores. Sem razão aparente (mas por alguma, certamente) algo te desperta. Sentes-te crente de um determinado factor/pessoa/sonho da tua vida e tudo se afigura mais feliz e desperto (e uma coisa não implica a outra - a conjugação é um oásis). A compreensão daquilo com que podes contar é uma bênção, é importante conseguires entender de onde podem vir os golpes, antecipá-los sem pensar muito neles, preparares o remédio para um corte que, mais ou menos profundo, terá sempre de ser sarado. E, para isto, é preciso tempo. Tempo de reflexão e não reflexão, entendimento e análise do (teu) mundo e uma abertura preciosa para quaisquer conspirações do Universo. Quando assim estamos é mais fácil que ele conspire a nosso favor.
E aquele bom dia.
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