Tuesday, January 27, 2009

Friday, January 23, 2009

Para quem?

Estou em busca da felicidade. Já comprei uma rede de borbuletas e um detector de metais. Prometo detalhe da cor da asa, voos complementares e aventuras subterrâneas. Queres?

Thursday, January 22, 2009

Lamento não ter o dom da ubiquidade.
Lamento.
Estaria, neste preciso momento, pontapé nas intemperis, desaconselhos inúteis, caos da futilidade arrasada pelo meu chá das cinco às onze, conversa de melância aberta ao sol... aqui:
- A passear o meu cão e a correr ao lado dele com o ipod que não tenho;
- A conduzir a alta velocidade pela descida da crel;
- A receber uma massagem em Hong Kong;
- A atacar-te a borbulha;
- A ver uma série qualquer em frente à lareira;
- A fazer uma contestação com reconvenção que me obrigásse a pensar;
- A fazer um parecer sobre a personalidade jurídica dos golfinhos;
- A dizer-vos que são lindas;
- A ter frio em Nova York;
- A dizer-te que odiava quando falavas alto, quando opinavas de outras bocas;
- A dizer-te que tens razão, que soube ser horrível mas que não importa o quanto nos magoam temos de saber perdoar para poderes seguir em frente sem mim;
- A dizer-te que também não me merecias;
- A tomar banho nas Caraibas;
- A sorrir-te;
- A brindar à vida, à nova vida, aos lugares-comuns e ao facto de dizer lugares-comuns já ser um lugar-comum.

[E depois ria-me muito.]

Wednesday, January 14, 2009

Valium

[Atenção: Isto é um desabafo!]

Nunca na minha vida tinha visto o mundo com estas lentes. As lentes de Valium. O mundo é mais desfocado e eu devo ser anormal. E porquê? É suposto relaxar-me, era suposto eu estar a achar linda a luz cinzenta por detrás da ponte. Mas a verdade é que me enerva. Enerva-me o computador mais nítido, enerva-me a voz das pessoas, enervam-me os papéis e a cor dos dossiers dos processos. Enerva-me o ar condicionado e o calor que tenho. E se tivesse frio, aí, ainda mais me enervava. E enerva-me mais ter esta vontade patente de chorar porque não posso conduzir "carros ou máquinas" e por não ter vontade de me rir do nome da doença nem de ter de faltar aos MEUS compromissos para ficar na cama.
Acho que a minha caixa estava estragada. E isso dá-me vontade de chorar.

Monday, January 12, 2009

Wednesday, January 07, 2009

Verão, que saudades destes teus dias quentes...

@ Milfontes

Drama de uma liberdade

Ponho-me, cegamente, a pensar. Obtuso-me, fecho-me no varandim do meu cérebro e espero um pouco. O que é, afinal, a liberdade? (não se iludam no lirismo: desejo saber apenas o que é, afinal, a MINHA liberdade).
Liberdade, s.f., faculdade de uma pessoa poder dispor de si, fazendo ou deixando de fazer por seu livre arbitrio qualquer coisa. Independência; autonomia; permissão; ousadia.
Esperem lá, as palavras prendem-me a um definir concreto, oposto a este sentimento abstracto de ser livre, de me encontrar livre, de voar sobre as minhas asas, de me reencontrar em episódios só meus, no arbitrio, sim, no MEU, naquele que só se define no momento, na minha permissão do momento. Sou-o, inequivocamente, tantas vezes e em tantos segundos que me deslaço de pensar se o serei realmente para os outros, ou se esquecerei e me quederei somente naquela falta de individualismo desta realidade que nos transcende, os pequenos e grandes, conforme a visão do universo. Estou cansada. A liberdade, persegui-la, cansa. No entanto, devo aclarar: não sou plenamente livre (mas, afinal, o que significa, também, plenamente?!). E ainda bem. Ainda bem que tenho restrições que me imponho (atenção ao "me"), que tenho pessoas na minha vida nas quais penso e peso face à minha liberdade. E é este sentimento de liberdade que me atrai, que me faz sorrir de olhos abertos, que me abraça: a liberdade de não estarmos sós e de decidirmos a nossa liberdade enquadrada na vida, aquela que já é uma delicia, que nos rodeia.

Sunday, January 04, 2009

Início de ano

Bem, hoje trago às linhas um desabafo que tanto tem de ignóbil como de animador. Durante muito tempo acreditei que a melhor forma de viver a vida era dar ouvidos aos impulsos. Acreditei que o poderia fazer porque, assim, "viver" seria algo de perturbadoramente inovador. Logo no início de 2009 me apercebo que foi o maior erro da minha vida ter acreditado que podemos sempre fazê-lo. Desejo que todos tenham o discernimento que eu não tive de ver para além do copo, que não se matem em justificações e que não acreditem que o tempo cura tudo: porque nada cura tudo. E assim, ouçam os vossos impulsos como murmúrios e só deixem que alguns se gritem em atitudes. Mais do que isso é uma triste descompensação que os outros, os que importam e não importam, a maior parte das vezes não merecem. E, como ela diz, "sabes, tu... terás sempre o doce esplendor de uma pessoa séria". E que 2009 me ensine a ser eu. Mais eu.