Sunday, January 28, 2007

Little bit happier

Sometimes in life, you are not taking all the chances... or maybe you’re just ignoring them, like if you’re blind. You never take that risk, you’re afraid to ever take off that part of you that confuse people… and yourself. Pretending it’s not there is not a solution; it’s a hide and sick game that may last forever. If you just try to catch a new way you’ll be always happy. Or just a little bit. But it’s worth it.

Saturday, January 27, 2007

"It´s our night!"

by Miles Davis
"I think people like to hear the music and think what they wanna think. But when you play like we play you can think whatever you want. Or you can just relax."
"The media fucked up everybody, you know? You can´t do anything anywhere. No more jam sessions and charing musical ideas (...) Try to play like we do and have it there so you can touch it everytime. Or a little bit."
"I don't like a perfect sound"
"You put that extra thing on every note. You just don't... you just do it like... it has to be important to you, or a melody, you know, you have to treat it like you don't waste any phrases"
"It took me three years to get to the sound again. Some days I'd feel lousy but it came back"
"You see kids like these... (...) they play in between the beat (...) But it's in them, you know, they don't label it"
"When you play against the orchestra you play over (...) It's always a melody between a melody. You just go on and on"
"I don't have that many friends because I don't know what to say to them if I had a lot of friends, you know?"
"If you can't put something in, why get out? Why get in it?"
"I never had any like "I wanna be famous". I didn't have that. I always wanted to be able to be around the musicians that were the best at what they did and to be accepted, you know? And the more you do that, the more you learn. I don't care what the people think. Well, you know, I'm giving, all the time!"

Thursday, January 25, 2007

Mais perto

E quanto tudo falha, quando olho para os teus olhos, aquela fotografia junto de tantas outras, "com saudade", quando me ajoelho em frente do inevitavel, quando sei que já deveria ter vindo aqui para declarar que não estás, que não estarás mais, quando o que te deixo é uma rosa branca e memórias felizes... há alguém que me abraça e diz que está tudo bem, que cada um, a sua ilha, sabe o que faz, porque faz... não quero saber os teus porquês mas encontrei uma nova casa, aí nessa vista para o futuro onde te sinto mais perto...

[obrigada J.só, por teres lá estado, obrigada M. por teres ajudado a ultrapassar, obrigada R. por me teres feito rir: fllirt que é bom...]

Tuesday, January 23, 2007

Amor-te

Olhou-me com a imensidão do mar e pegou na prancha. Navegou-me o dia todo entre lençóis brancos e cobertas encharcadas de risos profanos, por entre os dentes brancos, o esmalte dos amantes. Cocegas por entre as nuvens do sonho, beijos por entre os poros do meu ventre. Bebeste-me por entre as folhas das minhas frases, as virgulas e os meus pontos. Ambos na clara certeza de um paladar misteriosamente sincero, habilmente desconsiderado. Sugaste o meu ar entre os meus cabelos, sugaste-me por entre o teu despertar. Amor-te (e só podia ser eu, "és meu"...).

Friday, January 19, 2007

Congresso solitário

Um dia em Belém. Quando aquela água do Tejo suavemente se junta ao monumento. Pensar em tudo e em nada, ou pensar em nada com tudo ou em tudo com nada. Talvez mais a última... Quando nos auto-avaliamos tornamo-nos mais seguros e melhores. Doi, tudo dói. Mas sabemo-nos muito longe da realidade que fomos. Depois é só esquecer...

"Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo
Querela de aves, pios, escarceu.
Ainda palpitante voa num beijo
Donde teria vindo? (não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandato de captura ou de despejo?"
- Alexandre O'Neil

Monday, January 15, 2007

Há quem saiba...

"Já perdoei erros quase imperdoáveis,
Tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
Já me decepcionei com pessoas
quando nunca pensava decepcionar-me,
mas também já decepcionei alguém.
Já abracei para proteger.
Já dei gargalhadas quando não podia.
(...)
Já fui amado e não soube amar.
(...)
Já chorei a ouvir música e a ver fotografias.
Já liguei só para ouvir uma voz,
Já me apaixonei por um sorriso,
Já pensei que ia morrer de tantas saudades.
Já tive medo de perder alguém especial
(e acabei por perder!).
Mas sobrevivi.
(...)
A vida é muito para ser insignificante!"

Charles Chaplin

Sunday, January 14, 2007

Poder?!

Olhava para o lado de lá da janela enquanto ele falava... Um monólogo, ele seria o único a decifrar as suas próprias palavras. Decidi sair e virar-lhe as costas, mesmo sentindo-me impotente perante uma ruptura, mesmo sentindo que ninguém tem o poder suficiente para ser feliz e, no caso específico do amor, não há feminismos, machismos ou que tais que se sobreponham ao ideal de felicidade. Saí para a rua, pés na estrada. A rua repleta de seres desinteressantes por si só, almas abandonadas ao dia. Ouvi-a palestrar sobre mulheres. As mulheres. A sua relevância na música e na vida. Chicks on speed, ouviam intercaladamente, girls monster... Algumas, a nata do pós-punk... outras dispensáveis, acrescentei num sussuro. As mulheres e os homens não são nada perante o fruto do disperso sentimento. Vi-o sair também; Olhar para mim, dar aquela sensação de que não me queria deixar partir. Virei-lhe as costas e caminhei na direcção do sol. Sem rumos, sem rumo... Palavras eclodiam enquanto momentos se espalhavam pelo rastejar do meu cérebro e enquanto ele gritava o nosso poema, o nosso Jorge Amado, "Também de meu amor precisas para ser feliz, desse amor de impurezas, errado e torto, devasso e ardente, que te faz sofrer." Enfureci-me e cerrei os punhos. Mas não me virei. Parei para me conseguir concentrar no peso da minha fúria e na subtileza da sua razão. Segui.
Anos depois, após a minha luta desenfreada pelo conhecimento dos caminhos do mundo, encontrava-me na mesma rua, no mesmo local onde podia até sentir o calor onde deixei a minha raiva. Pensei no histerismo e graça dos jovens a que se refere Mafalda Ivo Cruz, uma projecção de nós próprios. E ali estava eu, projectada no desconhecimento de mim própria e do suor do mundo, enfurecido pelos brindes não feitos, pelas garrafas de Bordeaux não bebidas, pelos mundos não girados, pelos amores contornados... Ali estava eu entre almas na certeza de que o mundo tem as nossas casas, lacunas inegáveis, mas locais onde voltar é o mais perfeito e singelo reencontro.

Wednesday, January 10, 2007

Marvin Gaye no seu melhor...


Listen baby,
Ain't no mountain high
Ain't no valley low,
Ain't no river wide enough baby,

If you need me call me,
No matter where you are,
no matter how far

Don't worry baby.
Just call my name,
I'll be there in a hurry
You don't have to worry
'cause baby there

Ain't no mountain high enough
Ain't no valley low enough,
Ain't no river wide enough
To keep me from getting to you babe

Remember the day
When i set you free
I told you you could always count on me darlyn.
From that day on
I made a vow
I'll be there when you want me
Someway, somehow
'cause baby there

Ain't no mountain high enough
Ain't no valley low enough
Ain't no river wide enough
To keep me from getting to you babe

Oh no darling
No wind, no rain
All winter's cold
Can't stop me babe
Cause you are my goal

Oh baby
If you're ever in trouble
I'll be there on the double
Just sing for me

Oh baby...


My love is alive

Way down in my heart

Although we are miles apart


If you ever need a helping hand

I'll be there on the double

Just as fast as I can


'cause baby there
Ain't no mountain high enough
Ain't no valley low enough,
Ain't no river wide enough
To keep me from getting to you babe...

[Amor incontornável, amor adiável...]

Afonso

Hoje sou feliz; descobri a melhor sensação do mundo. Observá-lo, em toda a sua pureza, como um cândido anjo adormecido (mesmo que não o seja acordado), dar-lhe uma festa suave na cara, cheirar-lhe na bochecha o odor a brincadeira e saber que a vida com sabor, a de cada um, começa onde cada criança acorda mas ainda mais onde cada criança adormece. Bons sonhos...

[ao meu irmão, aquele de quem sinto mais saudades quando estou longe, aquele que amo mais do que tudo, aquele que me abraça e diz: "oh mana, não fiques triste, está bem?" E eu sei que aquela sensação de doçura perfeita existe para sempre... Estavas enganado Miguel Sousa Tavares, a eternidade nestas coisas também existe... E agora, enquanto ele dorme no seu mundo cor de rosa (ou azul, ou outra qualquer, "as meninas é que só têm cor de rosa, os meninos têm todas as cores"), eu fecho os olhos e sei que o beijo que lhe envio o marca: a pessoa mais importante da minha vida!]

Monday, January 08, 2007

aka, Mestre Banana

"Todos não! Só se queixou quem se sentiu prejudicado!"
A responsável pelos transportes colectivos do Porto.

Muito obrigada, de certeza que o Monsieur Lapalisse não se tinha lembrado dessa...

Luxemburgo

Jogging; jogging matinal. Pelos corredores refrescados de Luxemburgo. Como sonhámos, como planeámos, para um dia... Deixava-te em casa, naquela que em parcos dias teríamos transformado em nossa, com ávidas aventuras e mensagens ternurentas. Corria. Só eu e o meu suor, os meus passos alinhados, o meu ritmo cardíaco acelerado. De vez em quando fechava os olhos e não pensava em nada. Só eu e o meu corpo, sem alma, deixara-a em casa pregada a ti, ainda sonolento com o rosto na minha almofada para te entranhares no meu cheiro. Só tinhas perguntado onde ia e com um beijo na testa respondi-te "por aí". Voltaste a adormecer. Posso dizer que foi a imagem que tive no meu pensamento enquanto em nada pensava, enquanto as minhas narinas se enregelavam com o orvalho da manhã. O ar gélido a entrar, aquela estranha sensação de já não ser eu mas um canal invadido pela quase-madrugada, como se eu fosse o ar e o ar fosse eu, o meu ser, corpo. Nunca gostei de correr sem motivo, tu sabes!, mas corria para ti e para o mundo todo que me davas mesmo adormecido, por entre caminhos nos quais não pensava, por entre alcatrão que queria por força desconhecer. Só eu. Por aí.

Sunday, January 07, 2007

Coma de Alma

De manhã. Acorda-se com aquela sensação mole de querer permanecer na cama, só mais um bocadinho. Nada envolve o cheiro a hortelã, nem a hortelã que puseste no meu chá. Enferma, eu sei. Passas-me a mão pela testa e eu já nem me queixo, como antigamente: "não mexas na minha franja". Para mim é como se não tivesses voltado, como se ainda estivesse sozinha, sem nada, perdição. Para mim ainda vejo aquelas empregadas de touca verde e não estes enfermeiros cor de tecto. Porque sou mais uma nuvem em dias de sol, vou e volto de um coma de alma, sem questionar, sem querer que me questionem. É o ambiente unívoco de dor. Não contesto. E tento perguntar-te quando te banhaste tão intensamente em pleonasmos mas nem a voz me sai. Fecho os olhos com força, como se esperasse que a pálpebra me desse um pesadelo em vez de uma bruta realidade. Deixo-me antes adormecer. De certeza que amanhã, mesmo uma nova amanhã, amanhecerá melhor.

Friday, January 05, 2007

Era amor...

Encontrava-se descalça na praia, a areia por entre os dedos frios de Inverno. De vez em quando fazia aquele sorriso de quem se lembra de algo doce; de vez em quando auto-abraçava-se como que a proteger-se do frio, ou do resto, ou... indiferente. Meditava sobre as coisas simples e felizes, aquelas das quais falam poemas, textos, reflexões, ... Fugir da água quando se aproximava demais, o ondular da maré, sensações, cócegas, aninhanços, palavras, bilhetes sorrateiros, sorrisos desconfiados, fotografias (aquele momento imperfeito da pausa, como se o Mundo inteiro parasse para se auto-retratar), rituais de aconchego perfeito, riscas laranja no horizonte, nuvens cor de rosa, o corar insimulável, ... Começou a acelerar o passo, uns segundos mais tarde corria, descalça, já na estrada, o alcatrão sujo que nem sentia queimar-lhe os pés, corria... Só parou quando chegou à sua porta. Sentiu a sua palpitação descontrolada, ajeitou o vestido e mesmo assim, despenteada e de sapatos na mão bateu-lhe à porta. Ele abriu; e não parecia nada surpreendido. Tinha-a sentido, mesmo do outro lado da madeira da porta. Não houve uma única palavra. O silêncio doía, corroía o tempo. E sem uma palavra, com um mero olhar de desespero partilhado, sucumbiram ao reprimido mas permitido desejo. Permitido por eles, em cada passo distante. A repressão sempre tinha vindo de fora, de um mundo selvaticamente recolhido em si só. E entregaram-se em plena comunhão e mudez. No fim (aquele princípio inflamado), ainda em silêncio profundo, choraram. Unos mas sozinhos. Olharam-se. Pela primeira vez há muito tempo, voltaram a olhar-se e todas as justificações, os argumentos se dissiparam com o calor do quarto. Bastou um sorriso. Parcas palavras, um beijo demorado. Para não estragar o momento com frases desnecessárias alheias à previsão do futuro perfeito, deixá-las para outro dia, imprimindo nos gestos o sentimento que lhe tinha percorrido o corpo, saiu. Voltou a cabeça para trás antes de sair do quarto. Ele não a olhava, contemplava-a. Foi aí que ela riu, o coração a sair-lhe pelas gargalhadas, aquelas felizes, as verdadeiras. Fez aquele pequeno aceno com o nariz. Gatos. Saiu.
Já a caminho de casa, dentro do carro, não via a estrada à sua frente. Apenas ria, simplesmente. E sentiu algo forte, como uma dor, mas boa. Apertou o peito para tentar vislumbrar o que era. Primeiro não percebeu mas só depois verbalizou para si própria. Era amor.

Tuesday, January 02, 2007

Mais fácil de entender

Ela telefonou-me. Atendi meia atarantada. Seriam horas de uma pessoa vulgar estar a dormir, não no jogo do vamos-lá-acordar-um-amigo. "Estou"; ela chorava. De imediato parei de usar aquela voz resmungona de quem foi acordada e modifiquei-a para aquela outra, a da amiga que espera passar pelo menos meia hora a ouvir mais do que falar. "Conta-me". Nunca alguém tinha desabado em cima de mim. Senti como se meia vida estivesse a fugir-lhe pelas mãos. E lá me falou, como se estivesse sentada na cadeira do seu psiquiatra que, segundo ela, não atendera o telefone. "Também, é tão tarde". "Sabes, nunca me senti assim em toda a minha vida. As horas passam, os dias mudam, mas eu sinto como se os dias me tivessem abandonado e como se o tempo fosse um mero ente com caprichos que me pisa, invulgarmente cruel." E eu conseguia ouvir, lá por trás, aquela canção, a que tinhamos cantado no karaoke numa noite qualquer de riso; talvez por não saber falar de cor, imaginei... Aí percebi exactamente como ela se sentia. E não lho disse, porque me pareceu fácil demais. "Olho para o lado e nunca me senti tão incrivelmente sozinha. Não quero fugir. Já me vi fugir vezes demais, já fugi vezes demais de mim própria". Pensei que se falasse era fácil de entender... Eu pensei durante dois segundos e disse-lhe. "Se o amas tens de optar. Tens dois caminhos. O mais fácil é esqueceres. Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor, não sei o que é sentir... Mas se já encontraste o teu caminho não lhe vires as costas. Luta; não aquela luta à novela, aquelas mulheres que se arrastam aos pés de alguém, que todos os dias perseguem. Não! Dá-te. Diz-lhe que acordas de manhã e não te sentes completa, que só percebeste que não eras completa quando o conheceste, percebeste que não podes nem tens de perder metade de ti. Que essa metade não está em saldo, não está à venda. Que é dele. Que por mais pessoas que ames, ele será sempre aquele que amas acima de todos os outros. Se ele te ama, ele pegará em ti e vai encher-te o olhar. Se não te amar, levanta-te, pega no teu coração e deixa que ele te leve para outro lugar." É o amor que chega ao fim... um final assim assim é mais fácil de entender...

Monday, January 01, 2007

Frase de Afonso...

No topo dos seus cinco anos, olhando-me de soslaio, pensando que se acabaram as pilhas do seu master jogo que mostra, segundo ele, que o pai natal é fixe, diz:

"esta vida está uma porcaria, eu nunca vi uma vida assim"

Só ele mesmo...

Feliz...

O ano começa. É verdade, estas palavras pouco ou nada significam. O prédio no bairro continuará na iminência de cair, os buracos na estrada continuaram lá e as pessoas passarão umas pelas outras com o mesmo olhar melancolicamente trágico de todos os dias. E nós? Cada um de nós, recolhido no casulo da sua morada, podemos mudar só porque é ano novo? Aprendi uma coisa muito importante: ninguém muda só porque sim, ninguém aprende com os erros dos outros, ninguém se conhece verdadeiramente bem. Há momentos em que mudamos, podemos até escolher uma data, mas não tem nem nunca terá nada a ver com ela. Se pensarmos bem somos nós que damos importancia aos dias, eles, só por si, valem tão pouco...
Eu espero que 2007 traga a cada um os seus desejos mais profundos, uma daquelas vontades que se dizem mil vezes, mas porquê este medo tão profundo dos lugares-comuns? É a verdade. E ninguém sabe melhor do que eu que ela pode ser tão cruel como libertadora, ou ainda ambas as coisas em simultâneo. E, como ele disse, naquela manhã de 31, "agora ou vivemos na consciencia que somos medíocres, ou entao perdoas-me e voltamos a provar a felicidade".